Violência Sexual e Adesão ao Protocolo de Atendimento de Um Hospital

6 de outubro de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Descreve os casos de violência sexual, identifica as características sociodemográficas das vítimas e da agressão, verifica a adesão à quimioprofilaxia e a realização de coletas sorológicas de um Hospital Geral.


A violência sexual é um fenômeno de difícil compreensão, multifatorial, que produz consequências traumáticas relacionadas ao bem-estar físico e mental de quem sofre com esta agressão. Entre as consequências deste tipo de violência, incluem-se gravidez indesejada e infecções sexualmente transmissíveis (IST).

Violência Sexual e Adesão ao Protocolo de Atendimento de Um Hospital do Sul do Brasil

Violência Sexual e Adesão ao Protocolo de Atendimento de Um Hospital do Sul do Brasil. Foto: Divulgação

No campo da saúde, a violência sexual contra crianças, adolescentes, mulheres e pessoas idosas vem sendo discutida e faz parte de uma luta incessante para acabar com este tipo de agravo. O atendimento às vítimas de violências faz parte das ações dos serviços de saúde, sendo obrigatório na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), contemplando o atendimento, os cuidados quimioprofiláticos, o tratamento, o seguimento na rede de cuidado e a proteção social.

Com vistas à prevenção para o desenvolvimento de IST, o protocolo de atendimento às vítimas de violência sexual, implantado pelo Ministério da Saúde (MS), diz respeito a um conjunto de procedimentos oferecidos pelo SUS. Faz parte deste protocolo de atendimento a avaliação clínica da condição sorológica da pessoa exposta, investigação da ocorrência da exposição, quimioprofilaxia, notificação compulsória, anticoncepção de emergência, tratamento dos agravos resultantes da agressão, acompanhamento por até seis meses da ocorrência e encaminhamento para redes de especialidades de acordo com a necessidade.

Protocolo de atendimento nos casos de violência sexual

A adesão ao protocolo de atendimento nos casos de violência sexual consiste na utilização correta do antirretroviral (ARV), respeitando as doses, horários e outras indicações. A adesão também é um processo colaborativo das pessoas em tratamento, em que se deve seguir as orientações propostas, pressupondo a participação do indivíduo nas decisões sobre a terapia. Devido a longevidade do cuidado, o acompanhamento é considerado um dos maiores desafios enfrentados pelos profissionais de saúde, que não depende somente da atuação profissional, mas da adesão das vítimas.

Supõe-se que ainda há falhas na interação entre a vítima de violência sexual e os profissionais que compõem a rede de atendimento, constituindo em uma barreira para conclusão do seguimento ambulatorial. Neste contexto, este estudo pretendeu descrever os casos de violência sexual, identificar as características sociodemográficas das vítimas e da agressão, verificar a adesão à quimioprofilaxia e a realização de coletas sorológicas de um Hospital Geral do Sul do Brasil, durante o período de janeiro de 2007 a dezembro de 2017

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