Compreende o significado da participação materna no cuidado ao filho internado em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.
A criança se insere no contexto da família enquanto sinônimo de futuro, e concretização de sonhos e anseios paternos, transcendendo seu próprio viver. No entanto, o advento de uma doença grave do filho faz romper este cotidiano, abalando significados e perspectivas, e desencadeando uma série de sentimentos contraditórios como medo, raiva e perda. Que abalam a estrutura social, financeira e emocional da família. O grau de dependência de cuidados e de apoio biopsicossocial pode ser tão variável frente ao diagnóstico. Quanto diversos são os quadros que se apresentam atualmente no contexto da atenção em saúde.
O processo de hospitalização do filho na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) faz com que a família e, principalmente a mãe, a quem se atribui culturalmente a responsabilidade pelo cuidado ao filho, passe a desenvolver recursos internos para lidar com o processo. Assim, promove-se o enfrentamento da doença e o aprendizado dos cuidados, bem como, a adaptação familiar à nova condição da criança.
Para a criança, a presença da mãe e os cuidados por ela realizados no contexto da UTIP, promovem uma sensação de segurança, uma vez que, o processo de hospitalização costuma gerar sentimentos de medo e ansiedade, tendo em vista à percepção destas unidades como locais frios, estranhos e hostis.
Do ponto de vista materno, cuidar do filho constitui uma atividade capaz de trazer alento diante do cenário da doença e hospitalização, minimizando os sentimentos de culpa pelo adoecimento, fortalecendo o vínculo/relacionamento do binômio. Associado ao benefício da aprendizagem dos cuidados a serem realizados junto à criança. Isto por sua vez, promove maior segurança para a criança. Fazendo com que esta tenha uma maior aceitação e adesão ao tratamento, colaborando significativamente para redução do tempo de internação.