Tendência Temporal de Sífilis e Hiv Em Gestantes e a Adesão Ao Tratamento

24 de outubro de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa a tendência temporal de incidência e de adesão ao tratamento de sífilis e HIV em gestantes.


As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são problemas comuns de saúde pública em todo mundo, com cerca de 340 milhões de casos novos ao ano. Várias IST são notificadas no Sistema de Informação de Notificação e Agravos (SINAN) como sífilis e HIV. São infecções que afetam a vida e a saúde das pessoas, impactando a reprodução sexual e saúde infantil, causando infertilidade, complicações obstétricas, fetais e neonatais, gerando morbimortalidade materno-infantil. Na gestação, as mulheres são orientadas a realizar os testes rápidos de sífilis e HIV três vezes, duas na consulta de pré-natal no primeiro e terceiro trimestres de gestação e a terceira no momento do parto independente das testagens anteriores.

mão de um profissional de saúde tirando sangue do dedo de um paciente.

Foto: Ministério da Saúde/Internet.

A sífilis é uma infecção crônica que pode apresentar períodos de agudização e de latência. É dividida em sífilis primária, secundária, terciária e latente, a transmissão da mãe para o filho depende do estágio da doença e do período de exposição do feto, com maior risco em estágios avançados da gestação, devido à maior passagem da infecção por barreia placentária.
O tratamento é realizado preferencialmente com penicilina benzatina, uma medicação eficaz, que demonstra um fortalecimento mundial no tratamento e na prevenção de transmissão vertical, se realizado de forma correta.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, ocorrem em média 2 milhões de casos em gestantes a cada ano. Em 2016 a prevalência global resultou em uma taxa de sífilis gestacional de 473 casos/1.000 nascidos vivos.
No Brasil, observou-se, em 2020 que a população mais acometida foram mulheres jovens e negras e dentre elas gestantes, sendo notificados 21,6 casos/1.000 nascidos vivos. Em relação aos vinte e seis Estados brasileiros nesse mesmo período, nove apresentaram taxas acima da média brasileira e quatro apresentaram abaixo.
Já o HIV é classificado em dois tipos: o tipo 1 sendo mais virulento e prevalente e o tipo 2 sendo menos patogênico. A infecção é dividida em três fases: aguda, sintomática e assintomática. O tratamento é baseado na terapia antirretroviral que pode ser usada também na gestação, para reduzir a carga viral e evitar a infecção fetal. Com a realização adequada do tratamento as chances de transmissão via parto reduzem para 2%. Para tanto, o Ministério da Saúde recomenda o tratamento do recém-nascido e orienta a não amamentação materna.
No Brasil, observou-se aumento de casos de gestantes com HIV de 30,8% de 2011-2019 e no período de 2000 a 2022 foram notificadas 149.591 gestantes parturientes/ puérperas com infecção pelo HIV, verificou-se que 37,1% das gestantes eram residentes da região Sudeste, seguida pelas regiões Sul (29,1%).
O objetivo da pesquisa foi analisar a tendência temporal da taxa de incidência e de adesão ao tratamento de sífilis e HIV em gestantes no Estado de Santa Catarina e suas macrorregiões no período de 2012 a 2022. A fim de identificar o perfil epidemiológico e fornecer dados relevantes para o planejamento de políticas de saúde públicas em Santa Catarina e suas macrorregiões.
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