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Hanseníase Segundo Cor e Pertencimento Étnico: Análise Temporal e Reflexões para a Enfermagem

16 de setembro de 2025 por filipesoaresImprimir Imprimir

Hanseníase na Região Norte do Brasil: Um Olhar Sobre Raça, Cor e Desigualdades em Saúde.


Você sabia que a hanseníase ainda é um desafio de saúde pública no Brasil, especialmente em algumas regiões do país? Um estudo recente analisou como a cor da pele e o pertencimento étnico influenciam a ocorrência de novos casos da doença na região Norte – justamente a área com maior número de municípios prioritários para ações de controle dentro do Programa Brasil Saudável.

Percepções de Pessoas Com Sequelas Pela Hanseníase Acerca do Autocuidado

O que o estudo investigou?

Pesquisadores realizaram uma análise temporal, ou seja, observaram os dados ao longo dos anos, para entender as tendências nos novos casos de hanseníase entre diferentes grupos raciais e étnicos. O estudo foi conduzido com base em informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e utilizou a ferramenta Joinpoint® para analisar a evolução dos indicadores.

Principais resultados

Entre os anos de 2004 e 2024, os dados mostram um cenário preocupante:

  • Pessoas indígenas: apresentaram uma tendência crescente de novos casos ao longo de todo o período estudado.

  • Pessoas pretas: a partir de 2020, também houve aumento significativo na proporção de casos.

  • Pessoas brancas: diferentemente dos outros grupos, houve uma tendência de queda no número de novos casos.

Quando olhamos para os estados da região Norte, a variação entre eles existe, mas o padrão se mantém: os grupos mais afetados são os pretos, pardos e indígenas, evidenciando desigualdades importantes no acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.

O que isso nos mostra?

A conclusão do estudo é clara: as ações atuais de prevenção e controle da hanseníase na Atenção Primária à Saúde, especialmente na região amazônica, não têm sido suficientes para combater as desigualdades sociais relacionadas à cor da pele e ao pertencimento étnico.

E o papel do enfermeiro no Programa Brasil Saudável?

Diante desse cenário, o enfermeiro tem um papel fundamental. Ele pode – e deve – ampliar o monitoramento da hanseníase nos municípios prioritários, considerando os determinantes sociais de saúde mais relevantes de cada local. Além disso, é essencial que haja um esforço ativo para identificar e rastrear as populações em maior risco, garantindo que ninguém fique de fora da atenção básica à saúde.

Por que isso importa?

A hanseníase é uma doença evitável e tratável, mas as desigualdades sociais e raciais ainda impedem que a prevenção e o cuidado cheguem a todos de forma igualitária. Reconhecer essas desigualdades é o primeiro passo para mudar esse cenário.

Se queremos um Brasil verdadeiramente saudável, é preciso enfrentar de frente as desigualdades que adoecem – e matam – de forma desigual.

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