Analisa a produção científica relativa à relactação como intervenção promotora da amamentação em mulheres que se viram privadas de amamentar os seus filhos.
Não há, ainda, evidência de que se possa transmitir verticalmente, durante a gravidez, nem através do leite materno, referindo alguns autores que não se detectou a presença do vírus no líquido amniótico, cordão umbilical ou leite materno.
A escassez de evidência científica, levou a que algumas organizações e alguns autores recomendassem que as mães infectadas com este novo vírus fossem, após o parto, afastadas dos seus recém-nascidos tivessem, ou não, sintomatologia comprometedora da sua capacidade para amamentar e desejassem, ou não, esse afastamento ou amamentar os seus filhos.
A presença de IgA (Imunoglobulina A) secretora protege o recém-nascido (RN) do agravamento da doença respiratória infeciosa. Este anticorpo, que sobrevive nas membranas mucosas respiratórias e é resistente à ação proteolítica da digestão, está presente no leite materno, decorrendo da resposta prévia da mãe a agentes infeciosos e, tem como ação limitar os danos provocados por processos inflamatórios e a fixação dos agentes infeciosos nas células do recém-nascido. Para se proteger da doença respiratória o lactente precisa de anticorpos IgA e IgE (Imunoglobulina E), cuja produção é aumentada pelas citocinas presentes no leite materno. Face a estas evidências é fundamental reconhecer a importância da amamentação e o impacto que assume na promoção da saúde do lactente e do bem-estar do binômio mãe-filho, da família e da sociedade.
Em circunstâncias especiais, como por exemplo, o afastamento da mãe do bebê por condições de saúde de um ou de ambos, problemas mamários ou rejeição da mama pelo lactente, a amamentação pode ser interrompida ou cessada. Nestas situações, a relactação é uma intervenção possível, que permite restabelecer a produção de leite materno. Este processo possibilita que mulheres que tenham interrompido a amamentação, tanto recentemente, como no passado, possam voltar a produzir leite suficiente para alimentar o seu filho. A relactação é assim uma intervenção de eleição para as mães que, por terem COVID-19, foram afastadas dos seus filhos e impossibilitadas de os amamentar.
Com a finalidade de contribuir para a implementação da relactação como intervenção promotora do aleitamento materno (AM), em mulheres doentes por COVID-19 que se encontram momentaneamente impossibilitadas de amamentar efetuou-se um estudo de revisão integrativa com o objetivo de analisar a produção científica relativa à relactação como intervenção promotora da amamentação em mulheres que se viram privadas de amamentar os seus filhos.