Registro das Ações de Enfermagem: Avaliação e Proposições Para a Prática

25 de agosto de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Propõe indicativos para os registros das ações de Enfermagem em unidades de internação adulto.


Pesquisa de métodos mistos, exploratório-descritiva, cujo objetivo foi propor indicativos para os registros das ações de Enfermagem em unidades de internação adulto.

Registro das Ações de Enfermagem: Avaliação e Proposições Para a Prática. Foto: Divulgação

O estudo foi realizado em unidades de internação Médica e Cirúrgicas. A coleta de dados foi realizada entre abril de 2014 e Setembro de 2015 em duas etapas distintas. A primeira, caracterizada pelo estudo documental, consistiu na identificação e avaliação dos registros de técnicos e auxiliares de enfermagem nas folhas de Observações Complementares, e no Prontuário do paciente. Foram analisados 66 prontuários durante 15 dias consecutivos, e avaliados 319 registros de enfermagem, referentes a sinais e sintomas, resultados de tratamentos, cuidados de enfermagem e outros.

Ações de Enfermagem

Os dados foram introduzidos e organizados em uma planilha Excel, de acordo com os itens a serem analisados: identificação do paciente, respostas às prescrições médicas e de enfermagem e resultados de cuidados e tratamentos, checagem de prontuário, controle de sinais vitais, eliminações e glicemia. Destes aspectos foi registrado o percentual de preenchimento segundo os critérios: completo, incompleto, incorreto, não preenchido. A avaliação dos resultados considerou o cálculo de percentual de positividade, classificados em satisfatório ou insatisfatório.

A segunda etapa, qualitativa, consistiu de entrevistas com a equipe de enfermagem, utilizando roteiro semiestruturado, para identificar aspectos positivos e negativos do atual modelo de registro das ações de enfermagem e sugestões de mudanças. A escolha dos participantes foi intencional e foram entrevistados 21 profissionais (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem) que atuam nas 4 clínicas estudadas, nos diversos turnos de trabalho.

Os dados desta etapa foram organizados e analisados à luz da análise de conteúdo. Obteve-se resultados positivos na primeira etapa em relação à compreensão da escrita, presença de anotações, evidências de prestação de cuidados, de observação de sinais e sintomas, checagem das prescrições médica e de enfermagem, com mais de 50% de registros completos. Quanto a identificação do profissional e do paciente, registro de data/hora, objetividade e cientificidade da escrita e qualidade das informações, osregistros apresentaram-se predominantemente incompletos e/ou incorretos. A resposta às prescrições de enfermagem foram insatisfatórias, principalmente nos registros relativos às necessidades humanas básicas na qual predominou os registros não preenchidos. Quanto à segunda etapa, foi consenso entre os participantes, a importância atribuída aos registros de enfermagem como parte de suas funções e fundamentais para a continuidade da assistência e comprovação de suas ações. Negativamente destacam: sobrecarga de trabalho interferindo na qualidade das anotações, desvalorização dos registros pela equipe de saúde, não padronização do instrumento, duplicidade de impressos e repetição de dados, baixa qualidade das informações.

Como sugestões para um novo instrumento citam: padronização do impresso na instituição; reunião das observações complementares às prescrições de enfermagem; espaço para inclusão de diagnóstico médico; elaboração de modelo integrando check-list e anotações descritivas, informatização; impresso único para registro de controles (glicemia, sinais vitais, eliminação).

Concluiu-se pela necessidade de novos estudos sobre o tema, realização de auditorias periódicas e processo de educação permanente para a melhoria da qualidade das anotações, com fortalecimento e valorização das prescrições de enfermagem e dos registros de técnicos/auxiliares de enfermagem.

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