10 de novembro de 2021 por filipesoares
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Trata das contribuições da preceptoria para a integração ensino-serviço na formação em Enfermagem.
As iniciativas de articulação entre o Ministério da Saúde (MS) e o Ministério da Educação (MEC) foram responsáveis por mudanças importantes nas concepções e práticas no âmbito dos serviços que compõem as redes de atenção à saúde no Brasil. No entanto, ainda é comum haver um distanciamento entre o ‘mundo do ensino’ e o ‘mundo do trabalho’. A aproximação entre esses dois cenários pedagógicos deve acontecer a partir de um movimento recíproco, com atividades articuladas e coerentes com a realidade local, atendendo às diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Ações e dispositivos para reorientação das práticas de ensino na saúde, criados como estratégias interministeriais, enfatizam o processo de educação voltado à transformação social, apoiado na relação entre o conteúdo e a realidade, que implica a integração ensino-serviço.
Preceptoria Como Potencializadora da Integração Ensino-serviço na Formação em Enfermagem. Foto: Divulgação
Nessa direção, o espaço pedagógico não se esgota na sala de aula, e pressupõe experiências vivenciadas no cotidiano do trabalho, considerando diferentes cenários de práticas, que são ricos em aprendizagem. Contudo, esses cenários devem ser construídos pedagogicamente, de acordo com a interposição crítico-criativa dos atores envolvidos no processo.
A integração ensino-serviço é um casamento de saberes próprios, do qual participam atores dos diferentes cenários (ensino e serviço) e no qual o respeito às diferenças e o diálogo voltado à negociação são fundamentais. Com tal aproximação entre o ensino e o serviço em saúde, emerge a figura do preceptor. Trata-se do agente do serviço de saúde que auxilia a formação durante o estágio profissionalizante. Ele atua no ambiente de trabalho e de formação, na área específica e no momento da prática clínica, com o objetivo principal de desenvolver habilidades clínicas e avaliar o profissional em formação.
Na qualidade de facilitador do processo de formação, o papel do educador é imprescindível para auxiliar os estudantes na construção do conhecimento e fomentar sua criatividade e autonomia, na direção do desenvolvimento como profissional, cidadão e, sobretudo, como ser humano. Esse facilitador/educador tem como atribuição mediar o processo de aprendizagem ao provocar e desenvolver nos estudantes o hábito da reflexão, a partir da prática cotidiana.
No âmbito da enfermagem, a formação profissional em nível de graduação busca desenvolver no estudante habilidades e competências necessárias para a realização da assistência em saúde, de acordo com as necessidades de pessoas, famílias e comunidades. Sobre o enfermeiro preceptor recai a responsabilidade de participar do processo formativo nos campos de estágios, em que o futuro profissional exercita as ações necessárias à construção do conhecimento, a partir da relação entre teoria e prática, para o desenvolvimento de habilidades clínicas e de gestão em saúde.
Diante dos desafios encontrados nesse contexto, questiona-se: quais são as contribuições da preceptoria em enfermagem para a integração ensino-serviço? Acredita-se ser premente disseminar as práticas exitosas e dar visibilidade às ações significativas e produtoras de saberes no âmbito da preceptoria em enfermagem, com vistas à maior integração ensino-serviço para a qualificação da formação em saúde, o que justifica o desenvolvimento desta pesquisa. Logo, o objetivo deste estudo foi desvelar as contribuições da preceptoria para a integração ensino-serviço na formação em Enfermagem.
