Conhece as práticas de cuidado com o uso da insulina, por usuários com diagnóstico de Diabetes Mellitus do tipo 2.
Os objetivos deste estudo são os de conhecer as práticas de cuidado com o uso da insulina, por usuários com diagnóstico de Diabetes Mellitus do tipo 2, em seu domicílio; implementar, durante a visita domiciliar, ações de educação em saúde aos usuários com diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2, dependentes de insulina; discutir as repercussões das ações de educação em saúde aos usuários com Diabetes Mellitus do tipo 2 dependentes de insulina, no contexto domiciliar.
Trata-se de uma pesquisa de campo, qualitativa baseada na proposta metodológica da Pesquisa Convergente Assistencial. Para haver triangulação dos dados, foi realizada uma análise documental nos prontuários dos usuários, seguido de observação participante e de uma entrevista semiestruturada. Este estudo foi realizado no domicílio dos usuários que possuíam diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2, tendo como critério de inclusão serem dependentes de insulina e realizar a sua autoaplicação.
A coleta de dados ocorreu de abril a agosto de 2016. Foram respeitados os aspectos éticos de pesquisa com seres humanos, conforme Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. O estudo é analisado segundo a proposta da Pesquisa Convergente Assistencial. Participaram desta pesquisa nove usuários, sete mulheres e dois homens. As idades variam entre 50 anos e 69 anos. Dois não eram alfabetizados e o tempo máximo de estudo foi de 8 anos. Os usuários percebem o diabetes como uma doença “ruim”, pois gera complicações à saúde, e que o uso da insulina é tolerado, ao passo que é preciso usá-la para ficar bem. Muitas das práticas observadas foram realizadas de forma incorreta, como a não monitorização da glicemia, local de armazenamento, assepsia no frasco antes de aspirar, aspiração da dose prescrita, rodízio nos locais de aplicação, reutilização e descarte do material perfurocortante.
Pode-se observar a carência de informações sobre tal prática, sendo o Agente Comunitário de Saúde o profissional mais próximo aos usuários, e que também realiza atividades de educação em saúde durante suas visitas domiciliares. Na consulta aos prontuários não foram encontradas, com exatidão, quais orientações foram realizadas. O médico é o profissional que mais registra orientações, e o enfermeiro, raramente. Além de realizar o procedimento junto com o participante, foram realizadas orientações segundo a necessidade singularizada.
O método adotado permitiu a realização de ações de educação em saúde durante a coleta de dados, o que contribuiu para a modificação de práticas incorretas que vinham sendo adotadas. Incluir os usuários no processo de tomada de decisões humaniza e qualifica o atendimento. Faz-se necessária a criação de política pública mais eficiente para o monitoramento do autouso de insulina.