Práticas Coletivas e Individuais Associadas à Dificuldade dos Enfermeiros da Atenção Primária à Saúde

1 de abril de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa as práticas individuais e coletivas que estão associadas as dificuldades dos enfermeiros que atuam na Atenção Primária à Saúde da região Norte.


Na Atenção Primária à Saúde (APS), o processo de trabalho do enfermeiro e suas atribuições privativas estão definidas na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), e envolve práticas legalmente regulamentadas, sendo essas de cunho gerencial, educacional, assistencial e de vigilância em saúde. Essas práticas também estão regulamentadas na Lei do Exercício Profissional, assim como em outras Resoluções do Conselho Federal de Enfermagem.

Implicações da Simulação na Autoconfiança e Conhecimento de Profissionais na Atenção Primária

Foto: Divulgação

No sistema público brasileiro, além das macropolíticas de saúde e do exercício profissional, há o contexto de implantação e implementação nos sistemas de saúde locais e a partir de cada realidade, o enfermeiro vivencia diferentes dificuldades para o exercício de suas práticas. A execução simultânea de atividades gerenciais da Unidade Básica de Saúde (UBS) e práticas assistenciais comprometem a realização de suas práticas. Isto aliado das condições geográficas e de acesso as UBS e Unidades Saúde da Família (USF).
O enfermeiro que atua nos estados da região Norte do Brasil enfrenta também, dificuldades relacionadas ao contexto social, geográfico, econômico e da baixa cobertura populacional de APS em alguns municípios. Há disparidade na cobertura populacional de Estratégia Saúde da Família (ESF) e APS entre as capitais da região e entre municípios. Evidencia-se que as estratégias para ampliação da cobertura populacional de ESF não tiveram êxito.
As características territoriais com ênfase a geografia da região Norte e das populações tradicionais, exigem modelagens de equipe, práticas individuais, coletivas e estrutura da APS que atendam as peculiaridades das populações que habitam esse território. Estados como Pará, Rondônia e Tocantins, têm uma maior distribuição de equipes em áreas próximo a rodovias, devido a maior malha viária quando comparada a outros estados da mesma região. Mas mesmo nas áreas fluviais, evidencia-se que as UBS/USF não estão localizadas nas comunidades ribeirinhas.
Considerando as diferenças regionais que podem impactar nas práticas de enfermagem, quanto aos investimentos em estrutura física e insumos estratégicos, nos protocolos locais elaborados e implantados, na cobertura populacional de APS/ESF e no modelo de APS adotado, é plausível afirmar que o enfermeiro da APS do Norte enfrenta dificuldades no exercício de suas práticas profissionais de âmbito coletivo e individual. Desta forma, foram delimitadas as seguintes questões norteadoras: Os enfermeiros apresentam dificuldades no exercício de suas práticas na APS do Norte? Quais práticas coletivas e individuais estão associadas a dificuldade autorreferida pelos enfermeiros que atuam na APS da região Norte do Brasil? Este estudo tem como objetivo analisar as práticas individuais e coletivas que estão associadas as dificuldades dos enfermeiros que atuam na APS da região Norte.
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