Posição Prona: Efetividade da Intervenção Educativa no Processo Assistencial Intensivo

25 de março de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Avalia a efetividade da intervenção educativa no processo assistencial intensivo, no nível de conhecimento da equipe de enfermagem acerca do posicionamento prono.


A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) constitui-se como um ambiente destinado a prestação de assistência a pacientes em estado crítico, que necessitam de tecnologias de ponta para monitorização contínua, procedimentos invasivos, cuidados intensivos e complexos. Estes setores dispõem de tecnologias leves e duras, para cuidados específicos e monitorização contínua, o que permite a equipe multiprofissional uma maior agilidade em tomada de decisões e intervenções precoces diante de situações críticas.

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Posição Prona: Efetividade da Intervenção Educativa no Processo Assistencial Intensivo. Foto: Divulgação.

Pacientes com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) internados em unidades de terapia intensiva são comuns, dados alarmantes evidenciam a grande incidência de pacientes com a síndrome, sendo as maiores taxas identificadas na Oceania (0,57 casos), Europa (0,48 casos) e América do Norte (0,46 casos), além do alto índice de mortalidade naqueles com a SDRA grave. Nestes tipos de pacientes o posicionamento prono através da técnica de pronação torna-se uma das tecnologias leves mais utilizadas em setores de terapia intensiva pelo mundo.

Posição Prona: técnica

A técnica de pronação para posicionamento prono caracteriza-se pela mudança do paciente do decúbito dorsal ou supino para o decúbito ventral ou prono. Trata-se de uma técnica de baixo custo, não requer equipamentos ou aparatos tecnológicos especiais, apresenta menos possibilidade de riscos e efeitos adversos raros, o que a torna acessível para a maioria das unidades de saúde que oferecem os serviços de terapia intensiva. Sua aplicabilidade deve ser considerada em todos os pacientes que apresentam a SDRA, seja ela em estágio moderado ou grave, visto que este posicionamento produz uma distribuição mais homogênea do gás inspirado e uma melhor correspondência entre ventilação e perfusão, melhorando a oxigenação arterial e redução da gravidade da lesão pulmonar, com consequente diminuição na mortalidade. Contudo, são necessários mais estudos amplos, randomizados e multicêntricos para confirmação de tais benefícios.

A técnica de pronação, assim como qualquer outra, não está isenta de riscos e/ou complicações decorrentes da execução de forma incorreta, que incidem em extubação não planejada, tubos dobrados, linhas puxadas, avulsão de cateteres, lesões por pressão, parada cardiorrespiratória (PCR) e dessaturação transitória. Diante de tais riscos, exige-se da equipe envolvida na aplicação da técnica, conhecimentos técnicos e científicos para manuseio das tecnologias disponíveis e prestação de todos os cuidados relativos ao posicionamento prono em setor de terapia intensiva, com auxilio de protocolos instituídos, a fim de minimizar estes possíveis riscos e garantir o sucesso do tratamento.

A educação continuada em serviço, através de intervenções educativas in loco, surge como ferramenta para atualização e capacitação técnica e científica de profissionais atuantes na prestação de assistência em setores de terapia intensiva a cerca da técnica de pronação, assim como outros assuntos relativos à prestação de assistência a saúde. Este tipo de intervenção educativa proporciona aumento do nível de conhecimentos técnicos e científicos dos profissionais e impacta diretamente na qualidade e segurança do processo assistencial intensivo.

Com vista a avaliar a efetividade de intervenção educativa no processo assistencial intensivo, submeteu-se uma equipe de enfermagem atuante em setor de terapia intensiva a intervenção educativa acerca do posicionamento prono em pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo.

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