Laser de Baixa Potência na Cicatrização e Analgesia de Lesões Mamilares

17 de abril de 2023 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa a eficácia do laser de baixa potência, modalidade local e sistêmico, para cicatrização e redução da dor ocasionadas por lesões mamilares.


O aleitamento materno é o fator isolado que mais previne mortes infantis em todo mundo, promovendo benefícios não só para a criança amamentada, mas também para a mãe, família e sociedade. Estudos apontam que quando a mulher recebe as orientações referente ao manejo adequado da amamentação ainda na maternidade, as taxas de aleitamento materno exclusivo no primeiro mês de vida da criança são de até 76%.

Laser de Baixa Potência na Cicatrização e Analgesia de Lesões Mamilares

Foto: Divulgação.

Embora as mulheres tenham boa percepção da pega correta, as lesões mamilares (LM) e a dor, ocasionadas pelo aleitamento materno mal conduzido são uma das complicações mais comuns no início da lactação, com prevalência de 11 a 96%. Estas possuem um tempo médio de cicatrização que pode variar de 24 horas ou se prolongar por até 28 dias, de modo que são extremamente dolorosas e se não forem manejadas corretamente podem interferir diretamente no processo de amamentar, contribuindo inclusive para o desmame precoce.
Alternativas de tratamentos são amplamente utilizados em todo mundo para a cicatrização e analgesia das LM, os quais incluem uso de medicamentos, pomadas, curativos, conchas protetoras, o uso do próprio leite materno, bem como correção da pega e posicionamento. Apesar dos estudos possuírem boa qualidade metodológica, não foi possível estabelecer evidências científicas robustas sobre a eficácia dos mesmos para recomendação clínica.

Laser de Baixa Potência

Considerando a elevada prevalência das LM, a interferência no bem-estar materno, possíveis reflexos para a continuidade da amamentação e dificuldade de tratamento com agentes farmacológicos, outras alternativas terapêuticas se tornam necessárias, como a aplicação do laser de baixa potência (LBP), a qual tem sido empregada com bons resultados no tratamento de mamilos feridos. Sua administração pode ocorrer por meio da aplicação do laser diretamente na lesão, denominada laserterapia local, ou administração do laser intravascular, de modo transcutâneo, sobre uma artéria, chamado de Irradiation Laser Intravascular of Blood (ILIB), ou laserterapia sistêmica.
Aumento da proliferação celular, ativação dos fatores de crescimento e diminuição de mediadores inflamatórios, resultando na cicatrização das feridas, redução da inflamação, edema e dor são atribuídos ao laser quando administrado diretamente sobre a lesão. A aplicação do ILIB possui mecanismos ainda não estabelecidos, porém acredita-se haver possível ação no sistema antioxidante, atuando na enzima superóxido dismutase, responsável pelo sistema oxidativo, levando a um bloqueio do processo inflamatório a nível sistêmico. Também foram observados efeitos analgésicos e anti-inflamatórios, além de neovascularização e regeneração tecidual. Não se sabe exatamente o potencial da aplicação do ILIB e não existem evidências sobre seu efeito na cicatrização de LM.
Frente ao exposto, considerando a alta prevalencia de LM e a ausência de protocolos de tratamento, torna-se necessária a investigação de alternativas não-farmacológicas, seguras, eficazes, de baixo custo e com resultados rápidos para a complementação do cuidado à lactante. Deste modo, o presente estudo objetiva analisar a eficácia do laser de baixa potência, local e ILIB, na cicatrização de LM e redução da dor sentida pelas mulheres durante a amamentação.
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