Implicações da Simulação na Autoconfiança e Conhecimento de Profissionais na Atenção Primária

25 de fevereiro de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Verifica se a estratégia de simulação clínica melhora o ganho de conhecimento e de autoconfiança da equipe de profissionais de saúde em situações de parada cardiorrespiratória e/ou obstrução de vias aéreas por corpo estranho na atenção primária à saúde.


O cuidado do paciente na atenção primária tem se fundamentado em uma perspectiva holística. A constância em processos de qualificação profissional subsidiadas por teorias de aprendizagem tem ganhado destaque e agregado diferencial na medida que experiências profissionais prévias são valorizadas e combinadas a protocolos atuais, consolidando o conhecimento, sobretudo proporcionando um cuidado seguro e de qualidade.

Implicações da Simulação na Autoconfiança e Conhecimento de Profissionais na Atenção Primária

Implicações da Simulação na Autoconfiança e Conhecimento de Profissionais na Atenção Primária. Foto: Divulgação

A longitudinalidade do cuidado favorece o estabelecimento do vínculo com o usuário, característica peculiar da Atenção Primária à Saúde (APS), capaz de agregar diferenciais ao cuidado, até mesmo em situações clínicas agudizadas. Não raro, no ambiente da APS situações de emergência tem ganhado espaço, por isso o controle do estresse e ansiedade pelos profissionais pode ser um diferencial para o desfecho do usuário.

Situações de gravidade

Situações de gravidade geralmente resultam na necessidade de inserção de modelos de capacitação profissional, formado por estratégias dinâmicas e interativas que favoreçam o ganho de habilidades técnicas e não técnicas, como pensamento crítico e capacidade de tomada de decisões. Iniciativas como esta podem contribuir para melhorar o processo de trabalho, a partir do ganho de competências e proporcionar mais autonomia profissional fundamentado em evidências científicas. Vale ressaltar que no contexto profissional, a autonomia se define como autoridade para assumir decisões e liberdade de agir pautado em conhecimento profissional.

No entanto, estudo qualitativo destacou duas barreiras que comumente interferem no ganho de autonomia profissional, uma relacionada a profissão e a outra a organização. Sendo assim, a melhoria dos serviços de capacitação/qualificação profissional e a redução de barreiras organizacionais caracterizadas pela falta de apoio e de motivação podem proporcionar melhores resultados e impactos na assistência.

Autoconfiança e Conhecimento

Nessa perspectiva, a adoção de estratégias como a simulação clínica pode contribuir na melhoria da eficácia de capacitações profissionais, proposta reconhecida em unidades de trabalho como mediadora da consolidação do conhecimento, aprimoramento do comportamento e desempenho na prática clínica real. Essa realidade se traduz em processos de trabalho e não pode ser subestimada, pois repercute no exercício de práticas seguras em redes de atenção à saúde, capazes de integrar a educação, assistência e gestão, como elementos fundamentais para promover ao profissional elevado grau de autonomia e competência em tomadas de decisões, realização de avaliações, diagnóstico e prescrições, além da implementação de programas e planos de cuidado. Esse modelo tem sido reiterado pela demonstração de uma relação positiva entre o treinamento da equipe e a segurança do paciente.

Sendo assim, a oferta de capacitação contínua aos profissionais tem representado um dos alvos para o aprimoramento de competências, além de ser um diferencial em ações direcionadas ao atendimento de pacientes em diferentes condições de saúde, inclusive nas situações críticas agudizadas. O treinamento baseado em simulação pode ser adotado como ferramenta para melhoria do ensino de disciplinas de gerenciamento e trabalho em equipe, além de mostrar-se útil na formação de profissionais, especialmente quando há necessidade de reproduzir situações com complicações raras, visando o desenvolvimento de práticas de habilidades técnicas e não técnicas de gerenciamento de crise, sem comprometer a segurança do paciente.

Simulação enquanto estratégia

A proposta deste estudo foi motivada pela necessidade de qualificação democrática de profissionais para alcance de um cuidado seguro. Frente ao exposto, a pergunta norteadora foi: A simulação enquanto estratégia de ensino inovadora, mostra-se capaz de reproduzir com realismo situações vivenciadas diariamente e pode contribuir na qualificação profissional visando o alcance de um cuidado holístico, integrado e seguro?

Ante o exposto, definiu-se como objetivo: verificar se a estratégia de simulação clínica melhora o ganho de conhecimento e de autoconfiança da equipe de profissionais de saúde em situações de Parada Cardiorrespiratória (PCR) e/ou Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE), na APS.

Compartilhar