Enfermagem em tempos de COVID-19 no Brasil: um olhar da gestão do trabalho

17 de agosto de 2020 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa a situação da equipe de Enfermagem no contexto da pandemia no Brasil, tendo como foco a gestão do trabalho desses profissionais.


Em recente publicação no Jornal O Globo online, em 23 de março de 2020, Machado, afirma que “o Brasil tem dois patrimônios no âmbito da saúde: o Sistema Único de Saúde (SUS) e os mais de três milhões e meio de Profissionais de Saúde que nele atuam”. E que esses “dois patrimônios são resultado de um processo de três décadas no SUS garantindo constitucionalmente saúde a toda a população brasileira”.

Enfermagem em tempos de COVID-19 no Brasil: um olhar da gestão do trabalho

Enfermagem em tempos de COVID-19 no Brasil: um olhar da gestão do trabalho

Trinta anos após a constituição do SUS. A realidade sanitária do nosso país exibe cifras expressivas de um parque sanitário de 200.049 estabelecimentos de saúde e 3.594.596 empregos de saúde. Em 2017, o setor público municipal contava com 1.649.074 empregos de saúde. O estadual com 463.720. E o federal com 96.491 empregos.

A antiga equipe bipolarizada (médicos-atendente de enfermagem) dá lugar a uma equipe de saúde multiprofissional constituída de médicos. Enfermeiros. Odontólogos. Farmacêuticos. Nutricionistas. Fisioterapeutas. Assistentes sociais. Psicólogos, dentre outros. Além de técnicos e auxiliares. Em sua maioria. O setor saúde passa a contar com: 1.104.340 empregos de nível superior. 889.630 técnicos e auxiliares. E 317.056 de nível elementar. Atualmente, o Brasil conta com 490.699 médicos. 558.318 enfermeiros. 338.053 odontólogos e 221.258 farmacêuticos. Essa robusta Força de Trabalho atua em todo o sistema de Saúde do país com a lógica da pirâmide estrutural invertida. Onde a esfera pública municipal passa a ter primazia e torna-se hegemonicamente o maior empregador do SUS.

Enfermagem em tempos de COVID-19

Diferença fundamental é dada pela nova composição da Força de Trabalho em Saúde que de fato passou por uma grande transformação: de uma equipe simplificada a uma equipe cada vez mais ampla. Multidisciplinar e com sensível aumento da escolaridade. Nesse cenário. A Enfermagem merece realce não só pelo volume majoritário de profissionais na equipe de saúde. Como e especialmente, pela transformação interna que experimentou. Em outras palavras. Deixa de ser uma equipe de maioria de atendentes de enfermagem e parteiras.

Com diminuta participação de técnicos e enfermeiros. Para ser, hoje, uma equipe forte e consolidada com aumento crescente da participação de enfermeiros e técnicos na sua composição interna. Estamos falando de 2.283.517 profissionais inscritos no Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Sendo 558.318 Enfermeiros. 1.307.680 Técnicos de Enfermagem e 417.519 Auxiliares de Enfermagem. Essa transformação da Enfermagem possibilitou uma mudança radical e definitiva de toda a equipe de saúde. Hoje constituída, em sua maioria, de profissionais e técnicos qualificados em diversas áreas.

É sobre esse assunto que trata esse artigo: A equipe de Enfermagem no contexto da pandemia no Brasil. Com o objetivo de analisar a situação desse contingente tendo como foco a gestão do trabalho desses profissionais. O referido artigo utilizou dados e informações. A partir de consultas aos sites da OMS. Do Ministério da Saúde. Do Observatório da Enfermagem. Do Cofen e da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil.

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