Eficiência de Intervenções na Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Unidade de Pronto Atendimento

27 de fevereiro de 2023 por filipesoaresImprimir Imprimir

Avalia o impacto de um programa de intervenções na Limpeza e Desinfecção de superfícies clínicas de uma Unidade de Pronto Atendimento.


A limpeza e a desinfecção (L&D) de superfícies são essenciais para reduzir a biocarga microbiana ambiental e infecções relacionadas à assistência à saúde em unidades de emergência. Entretanto, são raros ou inexistentes os estudos que investigam a limpeza de superfícies nestes cenários.

Eficiência de Intervenções na Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Unidade de Pronto Atendimento

Eficiência de Intervenções na Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Unidade de Pronto Atendimento. Foto: Divulgação.

Limpeza e Desinfecção de Superfície

Os dois principais objetivos desta pesquisa foram avaliar o impacto de um programa de intervenções na L&D de superfícies clínicas de uma Unidade de Pronto Atendimento 24h não hospitalar e a correlação entre os métodos de monitoramento da L&D. Inspeção visual, Adenosina Trifosfato (ATP) por bioluminescência e contagem de colônias aeróbicas (CCA) foram utilizadas para determinar a eficiência, antes e depois, da L&D de cinco superfícies clínicas.

O estudo foi desenvolvido em quatro fases: fase I – diagnóstico situacional da eficiência da limpeza das superfícies executado rotineiramente; fase II – intervenção educacional personalizada à equipe de enfermagem, feedback dos resultados encontradas na fase I, padronização do procedimento de limpeza e organização da logística; fase III – determinação do impacto imediato do programa de intervenções e; fase IV – determinação do impacto tardio das intervenções (quatro meses após a fase II; dois meses da fase III e dois meses de washout period). Foram amostradas 240 superfícies de quatro salas pelos três métodos. Quando avaliadas por inspeção visual e ATP-Bioluminescência, houve redução progressiva de superfícies reprovadas da fase I à IV (p<0,001), assim como por cultura da fase I à III. Todavia, a fase IV apresentou maior percentual de reprovação por CCA em relação à fase I (p=0,004). A taxa global de superfícies limpas por inspeção visual, CCA e ATP-Bioluminescência foi, respectivamente, de 8,3%, 20,8% e 44,2% antes da L&D e de 92,5%, 50% e 84,2% após (p<0,001). Houve apenas pontuais associações estatisticamente significativas entre os métodos.

Portanto, o programa melhorou a eficiência da L&D, porém este efeito não se manteve depois de dois meses. Os métodos não apresentam boa correlação quantitativa, nem qualitativa. Visando a manutenção de um ambiente microbiologicamente seguro, sugerimos maior investimento nas práticas de L&D: educação permanente, contínuo monitoramento, feedback de resultados, supervisão, orientação, auditoria periódica, além de adequado dimensionamento de recursos humanos e materiais.

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