Desempenho Funcional de Idosos Com Transtornos Mentais

13 de abril de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Verifica a associação entre desempenho funcional e dados sociodemográficos e clínicos de idosos com transtornos mentais.


Os Transtornos Mentais (TM), atualmente, têm maior probabilidade de ocorrer durante o processo de envelhecimento. Podem ser desencadeados por diversos fatores, como a presença de comorbidades e incapacidades decorrentes dos hábitos de vida, ou de condições precárias de sobrevivência, episódios de estresse e isolamento social.

Desempenho Funcional de Idosos Com Transtornos Mentais

Desempenho Funcional de Idosos Com Transtornos Mentais. Foto: Divulgação

Diante desse cenário, percebe-se um crescimento de uma população de idosos que está exposta a situações de vulnerabilidade, podendo levar à tristeza profunda, ansiedade e ao adoecimento. Tais situações aumentam a probabilidade de os idosos apresentarem TM, tais como esquizofrenia, depressão, transtornos bipolares, delirantes, entre outros.

Idosos com transtornos mentais

Os idosos com TM são considerados pessoas mais frágeis por haver sobreposição de condições que acarretam danos funcionais e perda da autonomia, o que justifica atenção particular. A independência da pessoa idosa é vista como determinante de relevo para a qualidade de vida e pode interferir em seu cotidiano, sobretudo no bem-estar, na tomada de decisão, no respeito humano, considerando suas incapacidades.

A capacidade funcional pode ser avaliada por meio das Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) que estão relacionadas ao autocuidado, como banhar-se e vestir-se, e das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) voltadas às ações mais complexas, como fazer compras e dirigir. Nesse sentido, pesquisadores verificaram em idosos que a incapacidade em atividades como tarefas domésticas, compras e continência teve o maior risco e aumentou rapidamente com o avançar da idade. Já a incapacidade de usar o telefone, administrar medicamentos, finanças, transferência e saneamento teve um risco baixo e dificilmente aumentou com a idade.

Vale ressaltar que os idosos com TM podem perder sua independência e autonomia precocemente, não apenas pelo TM em si, mas também pelo efeito dos psicofármacos, sobretudo quando utilizam mais de um deles.

Rede de atenção

Assim sendo, faz-se necessária a otimização da rede de atenção ao idoso, em especial àqueles com TM, para que tenham uma melhor qualidade de vida, possam se manter independentes por mais tempo e reabilitar-se do TM. Desse modo, os problemas fisiológicos decorrentes do processo de envelhecimento correspondem às limitações mais comuns da velhice, o que geralmente, mas seria o esperado.

Contudo, é imperioso rever o cuidado aos idosos com TM, de modo a conseguir contemplá-los no que tange à promoção da saúde e não apenas ao tratamento da doença. Portanto, é preciso conhecer esse público, trabalhar de forma multidisciplinar, buscando as causas dos TM e, a partir disso, a redução da influência dos fatores causais, ou mesmo tentando removê-los quando possível.

Assim, acredita-se que os resultados desse estudo possam subsidiar futuras estratégias de cuidados, sobretudo no âmbito da atenção primária e secundária, de modo a desenvolver estratégias para captação desses idosos com TM, bem como promover a priorização de planos de cuidados que visem a autonomia e independência do idoso, pautados no conceito de promoção da saúde.

Diante do exposto, este estudo tem por objetivo verificar a associação entre desempenho funcional e dados sociodemográficos e clínicos de idosos com transtornos mentais.

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