Analisa o processo de articulação entre o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador e a Unidade Básica de Saúde.
A Portaria de Nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010 que estabeleceu as diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde (RAS) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), como estratégia para superar a fragmentação da atenção e da gestão, buscando aperfeiçoar o funcionamento político institucional do sistema, assegurando ao usuário, o conjunto de ações e serviços, baseado em princípios como a integralidade, equidade e universalidade.
Dentre as RAS a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) estabelecida mediante a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT) publicada em 2012, veio reafirmar a importância do cuidado com a saúde do trabalhador com enfoque na Atenção Básica à Saúde (ABS), que possui o papel de coordenadora do cuidado e ordenadora da RAS, ganhando destaque ao conseguir por meio de sua capilaridade inserir-se em um contexto de transformações econômicas como, além de compreender os processos produtivos do território sanitário e as condições dos trabalhadores e sua situação no mercado de trabalho, a exemplo da informalidade e a precarização do trabalho . A adoção dessa PNSTT possibilitou o rompimento da invisibilidade das condições de saúde e trabalho, abrindo questionamentos e perspectivas para promoção, proteção e recuperação à Saúde do Trabalhador.
Na estruturação da PNSST foram construídas estratégias para promoção da atenção integral à saúde do trabalhador. Estas estratégias relacionam a Atenção Primária à Saúde (APS) a estruturação da RENAST, podendo-se destacar, a articulação entre ela e a Vigilância à Saúde do Trabalhador (VISAT), com a capacitação das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e o apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas, assim como a análise do perfil produtivo e da situação de saúde dos trabalhadores para o desenvolvimento das ações.
Em relação a população trabalhadora, as famílias e grupos sociais constituem o objeto de trabalho da PNSTT, em que todo o processo de saúde-doença-trabalho é compreendido como um conjunto de atos coordenados e desenvolvidos pelos trabalhadores e os saberes e métodos, retratam os instrumentos que resultam na atenção à saúde. A tênue articulação entre os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) e a ABS foi fortalecida com a adoção de metodologias e ferramentas de apoio técnico e matricial às equipes da ESF, qualificando a Atenção à Saúde do Trabalhador.
Diante do exposto e, considerando a necessidade de ampliar, cada vez mais, a articulação entre a ABS e a Saúde do Trabalhador no âmbito da RAS.O problema que se apresenta para esta investigação é a fragmentação da atenção relacionada ao adoecimento dos trabalhadores às causas advindas de seus respectivos processos de trabalho, dito de outra forma, frequentemente, os profissionais da saúde, inseridos na APS, não relacionam o adoecimento do usuário com os problemas advindos da relação trabalho-saúde-doença.
O presente estudo tem como objetivo analisar o processo de articulação entre o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador e a Unidade Básica de Saúde.