Compreende a percepção do enfermeiro da equipe de Saúde da Família a respeito do Acolhimento com Classificação de Risco.
O Acolhimento com Classificação de Risco proposta pela Política Nacional de Humanização é uma ferramenta de mudança no trabalho da atenção e da produção de saúde nos serviços de urgência e emergência expandindo-se para a Atenção Primária à Saúde.
Esta pesquisa teve como objetivo geral compreender a percepção do enfermeiro da equipe de Saúde da Família a respeito do Acolhimento com Classificação de Risco. Trata-se de um estudo qualitativo, de natureza descritivo-exploratória, baseado no estudo etnometodológico adequado para compreender o modo como os enfermeiros da equipe de Saúde da Família lidam com o Acolhimento com Classificação de Risco. Realizado nas Estratégias de Saúde da Família do município de Patos de Minas, Minas Gerais, participaram 19 enfermeiros inseridos nas equipes de Saúde da Família aprovados no curso de formação de triador – Protocolo de Manchester do Grupo Brasileiro de Acolhimento com Classificação de Risco. A coleta de dados foi realizada no período de maio a julho de 2014 e o acesso às informações deu-se em duas etapas, sendo a primeira a observação não-participante e a segunda foi a entrevista individual realizada no último dia de observação de cada enfermeiro. Os dados resultantes da transcrição das entrevistas e do diário de campo utilizado durante a observação não – participante foram avaliados com base na Análise de Conteúdo, do tipo análise temática.
Os resultados mostraram que 17 (89,47%) dos enfermeiros eram do sexo feminino, sendo a média de idade de 33,6 anos e a média de tempo de atuação na ESF de 7,73 anos. Diante dos resultados encontrados, foi possível construir a categoria Acolhimento com Classificação de Risco: visão do enfermeiro da ESF, salientando a inviabilidade do Protocolo de Manchester à realidade do serviço prestado pela ESF. A partir desta categoria, três subcategorias foram elaboradas, a saber: (In)Compreensão do Acolhimento com Classificação de Risco, Facilitadores e dificultadores à consolidação do Protocolo de Manchester e Reorganização da fila de espera. Perante os resultados encontrados, pode-se concluir que é fundamental que se discuta as adequações e adaptações do Protocolo de Manchester no acolhimento diário realizado pelo enfermeiro, tendo em vista à aplicabilidade do sistema operacional ALERT® em todas as vertentes do ser humano, considerado um ser biopsicossocial, e não apenas físico. Adaptações estas que condizem com os princípios propostos pela Estratégia de Saúde da Família, e não apenas na assistência momentânea focada na queixa-conduta.