Descreve a experiência de reabertura de uma instituição brasileira de ensino superior de enfermagem na pandemia de COVID-19.
O reconhecimento da pandemia de COVID-19 em 11 de março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) suscitou urgência na implementação de medidas para frear a disseminação do vírus SARS-CoV-2 nos estabelecimentos de ensino de todos os níveis. Conforme a epidemia foi avançando, observou-se que medidas preventivas não farmacológicas, como uso de máscara, distanciamento físico e higiene das mãos foram indispensáveis para considerar a reabertura.
Experiências internacionais mostram que é desejável uma combinação de estratégias para redução da disseminação do vírus e adoção massiva das práticas de prevenção e controle da infecção por SARS-CoV-2. Em decorrência disso, a aprendizagem presencial precisou ser adaptada ao contexto sanitário local, regional e nacional com o incremento de recursos tecnológicos para o ensino remoto. Há de se ponderar sobre os obstáculos que surgiram durante o fechamento e processo de reabertura.
Estudo de base documental realizado em 19 países membros da União Europeia que compõem o G20 reforça a ideia de que a reabertura das instituições escolares será válida se diretrizes de proteção forem implementadas. Sem proteção adequada, os riscos de retomada podem aumentar significativamente os impactos da COVID-19 na população.
Mesmo em países em que as instituições universitárias não interromperam as atividades presenciais, como em Taiwan, as diretrizes gerais garantiram a segurança de todos os membros da comunidade universitária, por meio de força-tarefa com triagem de risco: histórico de viagens, ocupação, contatos, auto-monitoramento de saúde e quarentena quando aplicável; medidas gerais de higiene (incluindo uso de máscaras em ambientes internos); princípios de boa ventilação e sanitização; notificação de casos suspeitos; consensos políticos e técnicos para fechamento, reabertura e cronograma de reposição, quando necessário.
Tendo em vista a lacuna de conhecimento sobre uma doença nova e considerando que somente o alcance populacional geral das medidas preventivas não farmacológicas adaptadas ao contexto brasileiro iriam garantir a redução de novas infecções, as instituições de ensino superior de Enfermagem enfrentaram diversos desafios. Ademais, estudantes de enfermagem tiveram que prosseguir remotamente com a formação profissional remotamente ao mesmo tempo em que obedeciam as determinações de autoridades sanitárias nacionais nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal).
A descrição detalhada das experiências de gestão local numa instituição brasileira de ensino superior de Enfermagem para reabertura sustentável durante a emergência sanitária internacional da COVID-19 pode ser interessante para a prevenção e manejo de epidemias futuras.