A Arte da Prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho

18 de fevereiro de 2020 por Joyce GomesImprimir Imprimir

Apresenta diferentes culturas de prevenção que se formaram ao longo do século XX até os dias de hoje.


A Arte da Prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho, apresenta diferentes culturas de prevenção que se formaram ao longo do século XX até os dias de hoje, história esta contada a partir da análise do conteúdo de cartazes europeus produzidos e utilizados para prevenção em SST.

Cartazes de segurança no trabalho

Apesar de se restringir formalmente à Europa, A Arte da Prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho traz contribuições valiosas ao público brasileiro, de modo a estimular a reflexão acerca das culturas e dos modelos  de prevenção existentes e a possibilitar vislumbrar novas perspectivas de comunicação e ação preventiva na área.

Da Europa ao Brasil

Assim como na Europa, no Brasil a legislação de acidentes de trabalho teve sua ênfase na reparação, em detrimento da prevenção. Por outro lado, se durante as décadas de 1960 e 1970 houve uma experiência marcante de organização e lutas operárias naquele continente, em especial na Itália, que deu origem, por exemplo, ao mapa de risco. No Brasil vivíamos uma ditadura civil-militar que dificultava a organização e a luta dos trabalhadores, assim como a formação de uma perspectiva preventiva autônoma dessa classe. O mapa de risco, que ganha destaque também em A Arte da Prevenção, é trazido da Europa ao Brasil no início dos anos 1980, mas aqui chega separado do movimento que o constituiu, tornando se, na maioria das vezes, um instrumento meramente burocrático de pouca ou nenhuma efetividade, destituído também de seu caráter de ferramenta política.

Na medida em que ainda nos deparamos frequentemente com campanhas preventivas focadas no comportamento do trabalhador sejam elas produzidas por órgãos estatais, empresariais ou até mesmo sindicais, a importância de materiais como este que o leitor tem em mãos fica patente. Todavia, para além da importância de inserir determinantes sociais e outros atores afora o trabalhador nas campanhas preventivas. Há um desafio próprio do nosso tempo em uma economia pressionada cada vez mais pelo curto prazo da rentabilidade financeira. Trata-se do desafio de conseguir incorporar ações preventivas, isto é, ações que levem em conta o futuro, em processos de trabalho cada vez mais submetidos ao regime de urgência da rentabilidade acionária de curto prazo. Ainda está para surgir uma reposta preventiva em saúde do trabalhador adequada às novas condições temporais consequentes da globalização financeira.

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