Narrativas e Humanização em Saúde

10 de janeiro de 2020 por Joyce GomesImprimir Imprimir

Apresenta a importância da adoção de um enfoque narrativo no estágio de estudantes de medicina visando a humanização em saúde.


Neste artigo, apresenta-se a importância da adoção de um enfoque narrativo no estágio, e os resultados iniciais de uma pesquisa qualitativa cuja fonte de dados foi um diário de campo composto pelos professores e as narrativas escritas pelos estudantes e apresentadas em sua avaliação final, além da importância da humanização em saúde.

Humanização em Saúde

Questões referentes ao descontentamento da população diante da qualidade de atendimento médico dizem respeito especialmente a questões humanísticas, ou como se convencionou denominar, à falta de humanização em saúde. Na avaliação do público, a forma do atendimento, a capacidade demonstrada pelos profissionais de saúde para compreender suas demandas e suas expectativas são fatores que chegam a ser mais valorizados que a falta de médicos, a falta de espaço nos hospitais, e a falta de medicamentos. São frequentes as notícias divulgadas pelos meios de comunicação em que atendimentos caracterizados pela falta de humanização são retratados. Isto tanto no setor público quanto no privado.

Com a criação, pelo Ministério da Saúde (MS), do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988 e, posteriormente, a instituição da Política Nacional de Humanização – Humaniza SUS – em 2003, muitos avanços foram observados.

Certamente, as políticas de humanização do MS são louváveis e necessárias ao estabelecimento de instrumentos para o controle dos sintomas críticos da falta de humanização. Além disso, as mesmas têm colocado em foco as questões decorrentes da desumanização, uma vez que nunca antes havia sido dada tanta atenção ao tema.

Documentos divulgados pelo próprio MS têm explicitado as iniciativas relativas à humanização. Iniciativas essas em que podem ser identificados diversos sentidos. Como a oposição à violência institucional; qualidade do atendimento, associando excelência técnica com capacidade de acolhimento e resposta; cuidados com as condições de trabalho dos profissionais e ampliação da capacidade de comunicação entre usuários e serviços.

Humanização em saúde

Para os estudantes, a atenção à narrativa do paciente e/ou familiares e, principalmente, o ato de reproduzi-la por meio da escrita representaram um instrumento para fomentar a empatia.

As Humanidades Médicas. Como um campo ainda emergente, foram impulsionadas após a Segunda Guerra Mundial. Especialmente a partir de um aumento da importância atribuída a questões éticas em pesquisa e prática médica.

Questões morais girando em torno de conflitos de princípios e valores e a atuação fora da virtude em contextos profissionais têm sido representadas sob formas estreitamente ligadas às artes e humanidades–romances, dramas, filmes, memórias e biografias em uma literatura que expande e aprofunda a perspectiva moral apresentada por relatos de casos em Bioética e proporciona um repositório de situações e contextos finamente graduados por uma ambiguidade moral digna de reflexão, comentário e calibração.

Compartilhar