Propõe a discussão da educação permanente com base nas ponderações feitas pelos trabalhadores da Estratégia Saúde da Família.
A educação permanente em saúde. Propõe a criação de espaços coletivos com a finalidade de levar os trabalhadores da saúde à reflexão e avaliação de seus atos produzidos no cotidiano, a fim de buscar a transformação das práticas de saúde e de educação.
Este artigo propôs a discussão da educação permanente com base nas ponderações feitas pelos trabalhadores da Estratégia Saúde da Família quanto aos processos de sua atividade profissional. Para isso, desenvolveu-se um estudo qualitativo, com a utilização da técnica de grupo focal. Como resultado, verificou-se que a reflexão dos profissionais de saúde sobre a realidade do próprio cotidiano de trabalho permitiu uma discussão acerca da educação permanente e, em consequência, o início de um processo de mudança de suas práticas.
Estudos, entretanto, revelaram que o perfil dos profissionais formados não era adequado para atuar na lógica da ESF. Trabalhadores educados no modelo biomédico, que valorizavam as especialidades sem a compreensão global do ser humano e do processo de adoecer, sentiam dificuldades para atuar na perspectiva de atenção integral à saúde, tendo em sua maioria uma prática de trabalho incompatível com os preceitos do MS.
A educação permanente em saúde (EP) tem sido proposta pelo MS como estratégia de transformação das práticas de formação, gestão, formulação de políticas, participação popular e, especialmente, das práticas profissionais e da própria organização do trabalho. Portanto logo, deve ser uma política que tem como pressuposto a educação ‘no’ e ‘para o’ trabalho.
Em 2004, instituiu-se a EP como política pública para formação e desenvolvimento dos trabalhadores da saúde. Em 2007, foram lançadas diretrizes para sua implementação. E, mais recentemente, em 27 de fevereiro de 2014, publicou-se uma portaria que instituiu diretrizes para sua implementação no âmbito do MS (sede e unidades descentralizadas).