Validação do Diagnóstico de Enfermagem Dor Aguda em Pacientes Não Comunicativos

26 de maio de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Valida o Diagnóstico de Enfermagem Dor Aguda em pacientes não comunicativos sob cuidados críticos.


A dor em unidade de terapia intensiva (UTI) é fenômeno complexo e pode estar associada à clínica do paciente, a procedimentos terapêuticos e diagnósticos, levando a alterações da mecânica respiratória, aumento da demanda cardíaca, espasmos, rigidez e contrações musculares.

Validação do Diagnóstico de Enfermagem Dor Aguda em Pacientes Não Comunicativos

Validação do Diagnóstico de Enfermagem Dor Aguda em Pacientes Não Comunicativos. Foto: Divulgação

Diagnóstico de Enfermagem

O enfermeiro pode avaliar a dor e nomear o diagnóstico de enfermagem (DE) Dor Aguda (00132), proposto pela NANDA-Internacional, mas é fundamental que os DE sejam revisados e avaliados em diferentes populações para utilização de termos padronizados e validados. Este estudo teve como objetivo validar o DE Dor Aguda entre pacientes não comunicativos.

O método constou de duas etapas: 1. análise de conteúdo por 49 juízes, após revisão integrativa para definição conceitual e operacional das 17 características definidoras (CD) e definição conceitual dos três fatores relacionados (FR) do DE. Os juízes foram classificados segundo critérios de experiência clínica, ensino e pesquisa na área e avaliaram o conteúdo utilizando uma escala Likert considerando cada CD e FR entre 1-nada característico e 5-muito característico do diagnóstico para a população específica; 2. validação clínica e análise de medidas de acurácia, em estudo observacional, longitudinal com avaliações repetidas, com pacientes criticamente enfermos maiores de 18 anos, de ambos os sexos, que possuíam algum tipo de impedimento à comunicação verbal, internados nas unidades durante o período de coleta de dados e que estavam sob ventilação mecânica invasiva. Foram excluídos os pacientes capazes de utilizar comunicação verbal ou outros métodos de comunicação e aqueles em situações que pudessem comprometer a expressão comportamental de dor, além daqueles que apresentassem algum impedimento à mudança de decúbito. O cálculo do tamanho amostral foi de 91 pacientes.

Na análise dos juízes foi aplicado o teste binomial após recodificação da escala Likert, com proporção de concordância entre os juízes maior ou igual a 85%. Na validação clínica foi utilizada sensibilidade, especificidade e valor preditivo positivo e negativo para identificar as CD com melhor poder de predição do DE. Participaram 53 juízes, a maioria com titulação máxima de mestrado ou doutorado, com tempo de formação médio de 15,07 anos e tempo de experiência em UTI de 10,13 anos. Foram validadas, com significância estatística, as CD comportamento expressivo, diaforese, evidência de dor usando lista para pessoas incapazes de comunicação verbal, expressão facial de dor e relato de outra pessoa sobre comportamento da dor. Não foram validadas aquelas direcionadas ao autorrelato e interação com o ambiente.

Resultados

O título, a definição do diagnóstico, as demais CD e fatores relacionados apresentaram p-valor >0,05 e concordância >85% foram consideradas como validadas para a população. Na validação clínica foram examinados 108 pacientes que recebiam excesso de sedação e pouca analgesia, segundo guidelines. Foram validadas as CD Expressão fácil e Evidência de dor usando lista para pessoas incapazes de comunicação verbal. Espera-se que este trabalho possa evidenciar aos enfermeiros as CD apresentadas pelos pacientes não comunicativos, que subsidiarão a indicação do DE Dor Aguda, favorecendo o estabelecimento de intervenções e correta avaliação da evolução do paciente no tratamento proposto. Além disso, serão submetidas à NANDA-I sugestões de refinamento dos componentes do DE.

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