Segurança do Paciente na Sala de Vacinação

19 de setembro de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Identifica a adesão às recomendações para os procedimentos de vacinação, segundo o Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação do Ministério da Saúde.


Na sala de vacina os pacientes estão expostos a riscos de eventos adversos, por isso entende-se a necessidade de manter o ambiente seguro e com atendimento de qualidade. Diante disso, o objetivo geral deste estudo é identificar a adesão às recomendações para os procedimentos de vacinação, segundo o Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação do Ministério da Saúde.

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Trata-se de um estudo metodológico, transversal e quantitativo, que foi desenvolvido em duas etapas, denominadas Etapa I e Etapa II. A Etapa I caracterizou-se pela elaboração do instrumento denominado Lista de Verificação de Segurança do Paciente em Sala de Vacina (LVSPSV), validação aparente e de conteúdo pelo julgamento de juízes doutores na área e confiabilidade do instrumento. Para testar a confiabilidade interobservadores, foi utilizado o Coeficiente Kappa em cada item do instrumento e o Coeficiente de Correlação Intraclasse entre os escores obtidos nas observações das pesquisadoras. A Etapa II caracterizou-se pela aplicação do instrumento. A população deste estudo foi constituída de 463 procedimentos de vacinação de rotina realizados nas salas de vacinas das Unidades de Atendimento Integrado do município de Uberlândia. Após aprovação pela Comitê de Ética em Pesquisa, os dados foram coletados por meio de observação dos procedimentos de vacinação e analisados como programa estatístico Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 21.

Observou-se que a confiabilidade do instrumento foi quase perfeita (Proporção de Concordância entre 72,73% e 100%), excelente (ICC=0,83) e estatisticamente significativa (p< 0,001). Foram analisados 463 procedimentos de vacinação, cada pessoa vacinada recebeu em média 2,06 procedimentos de vacinação. As vacinas mais administradas foram: 72 (15,6%) dupla adulto, 66 (14,3%) hepatite B e 55 (11,9%) tríplice viral. Nos 19 itens do domínio 1 do instrumento, referentes aos procedimentos anteriores à administração do imunobiológico, 3 (15,79%) itens com 100% de adesão foram obtidos, 5 (26,32%) itens que apresentaram adesão entre 94,0% e 99,1%, 4 (21,05%) itens com adesão entre 30,7% e 76,5% e 7 (36,84%) itens com adesão entre 0,5% e 7,1%. Nos 10 itens do domínio 2 do instrumento, que são os procedimentos durante a administração do imunobiológico, teve-se 1 (10,00%) item com 100% de adesão, 3 (30,00%) itens com adesão entre 99,6% e 99,8%, 3 (30,00%) itens com adesão entre 60,3% e 73,2% e 3 (30,00%) itens com adesão entre 0,6% e 29,7%. Nos dois itens do domínio 3, referentes aosprocedimentos após a administração do imunobiológico, chegou-se a 1 (50,0%) item com nenhuma adesão (0%) e 1 (50,0%) item com 99,6% de adesão. A média do escore de adesão geral foi 58,51%, sendo o mínimo 43,33% e o máximo 74,07%, mostrando resultados insuficientes quando se nota a importância do cumprimento de todos os itens propostos no instrumento.

Os resultados apontam que o instrumento deste estudo é válido e confiável, podendo ser utilizado na prática clínica. O Programa Nacional de Imunização é referência internacional em imunização, mas na prática não há qualidade equivalente. Espera-se que este estudo contribua para alertar e conscientizar os profissionais de sala de vacinas sobre a importância de uma vacinação segura, possibilitando uma maior qualidade e segurança do paciente na sala de vacinas.

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