Resiliência no Trabalho e Fatores Associados em Trabalhadores do Serviço Hospitalar

21 de janeiro de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa a resiliência no trabalho e os fatores associados em trabalhadores do Serviço Hospitalar de Limpeza de um Hospital Universitário.


A resiliência é discutida, mundialmente, de forma interdisciplinar, sob a ótica de diversas propostas teóricas e metodológicas. Neste artigo, será utilizado o conceito vinculado a resiliência no trabalho. Esta pode ser definida como a “capacidade individual de gerenciar o estresse cotidiano do trabalho e permanecer saudável; aprender com inesperado, com contratempos e preparar-se proativamente para desafios futuros”.

Resiliência no Trabalho e Fatores Associados em Trabalhadores do Serviço Hospitalar

Resiliência no Trabalho e Fatores Associados em Trabalhadores do Serviço Hospitalar. Foto: Divulgação

Nessa perspectiva, em situações altamente estressantes, cada vez mais comuns no ambiente laboral, é de grande valor comportamentos conscientemente escolhidos, tendo o efeito de ativar a “recompensa prazer” no sistema neural, que regula negativamente o mecanismo de resposta ao estresse. Assim, o significado da recuperação e de resistir ao estresse, tem sido descrito como a resiliência aumentada do local de trabalho, e esta não pode ser subestimada.

Dessa forma, destaca-se que a capacidade de lidar com as adversidades no contexto laboral não é estática, ou seja, pode ser desenvolvida. Para isso, tornam-se indispensáveis três aspectos: condições do ambiente de trabalho, envolvimento da gestão e desempenho comportamental e emocional do trabalhador.

Resiliência no trabalho: profissionais da saúde

No ambiente hospitalar, atuam trabalhadores da saúde e dos serviços de apoio (serviço de limpeza, manutenção, cozinha, almoxarifado, secretaria, administração e vigilância). Ambos possuem, como característica comum, a convivência e a interação, direta ou indireta, com a dor e o sofrimento de pacientes, trabalhadores e familiares, podendo trazer consequências negativas à saúde e ao bem estar destes trabalhadores.

No entanto, embora atuem no mesmo ambiente, a realidade dos serviços de apoio difere da rotina de trabalho dos profissionais da área da saúde. Isto deve-se ao fato destes possuírem, durante a formação acadêmica, disciplinas específicas com vistas à compreender e conviver com a realidade que o contexto hospitalar demanda. Em contraponto, os trabalhadores do Serviço Hospitalar de Limpeza (SHL), na maioria das vezes, não possuem preparo técnico destinado ao enfrentamento de demandas psíquicas, como a convivência com a dor e o sofrimento do outro. Além disso, não recebem atenção especializada para lidar com as adversidades e os sentimentos decorrentes de sua atuação laboral.

Serviço Hospitalar de Limpeza

A interface do SHL com a Enfermagem ocorre em virtude de, além das funções assistenciais, educativas e gerenciais inerentes ao enfermeiro, este atuar também, no gerenciamento do SHL. Além disso, o enfermeiro compõe a equipe dos Serviços de Saúde e Segurança do Trabalhador, com atuação na prevenção dos agravos à saúde dos profissionais, ampliando o seu papel de promotor da saúde e direcionando a sua atenção ao trabalhador e às condições de saúde advindas do processo de trabalho.

Dessa forma, este estudo foi norteado pela questão de pesquisa: Qual o nível de resiliência no trabalho e os fatores associados em trabalhadores do SHL? Assim, o objetivo deste estudo foi analisar a resiliência no trabalho e os fatores associados em trabalhadores do Serviço Hospitalar de Limpeza de um Hospital Universitário do Sul do Brasil.

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