10 de dezembro de 2021 por filipesoares
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Verifica a ocorrência de eventos adversos como infecção do sítio cirúrgico, perda ou infecção do acesso venoso e quedas em pacientes internados em uma unidade de internação cirúrgica.
Em 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS), com a Classificação Internacional de Segurança do Paciente, divulgou mundialmente os conceitos de segurança do paciente, incidente e eventos adversos (EA). A segurança do paciente surgiu com o objetivo de evitar lesões e danos nos pacientes decorrentes dos cuidados de saúde, com o conceito de reduzir a um mínimo aceitável o risco de dano desnecessário.
Realidade da Ocorrência de Eventos Adversos em Internação Cirúrgica. Foto: Divulgação.
Em 2013, com a Política Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), o Brasil também definiu esses conceitos em contexto nacional. O incidente consiste na ocorrência de qualquer evento ou circunstância que poderia ter resultado ou resultou em dano desnecessário ao paciente, já os EA são qualquer incidente que resulte em dano ao paciente. Ambos apresentam como ponto chave o dano gerado durante a prestação de cuidados de saúde que podem comprometer a estrutura ou função do corpo, assim como, qualquer efeito dele oriundo.
As intervenções cirúrgicas têm como meta manter e recuperar a saúde, no entanto, existem falhas nessa assistência que podem causar os EA. Ao avaliar a percepção de 171 membros do Colégio Brasileiro de Cirurgiões sobre segurança e qualidade em cirurgia, identificou que a maior parte dos cirurgiões já vivenciaram falhas cirúrgicas graves, sendo as mais comuns àquelas relacionadas ao material cirúrgico e a presença de corpos estranhos.
Neste sentido, estudo transversal em 192 prontuários de pacientes adultos encontrou a prevalência de 21,8% de EA cirúrgicos incluindo principalmente as falhas técnicas cirúrgicas e a infecção associada à atenção à saúde como infecção de sítio cirúrgico, deiscência de sutura, hematoma e seroma.
Estudos também evidenciaram a ocorrência de EA em unidades de internação cirúrgica. Em um hospital universitário no sul do Brasil, destacou-se a ocorrência da perda de acesso venoso, infecção de sítio cirúrgico e infecção de acesso venoso. Já um estudo com base nos dados do Gerenciamento de Risco de um complexo hospitalar no noroeste paulista, identificou os EA relacionados a medicamentos, lesões de pele, flebite, artigo médico-hospitalar, queda, hemoterápicos/processo transfusional e eventos relacionados à cirurgia.
Verifica-se que no Brasil, as causas mais frequentes de EA são por queda, administração incorreta de medicamentos, falhas na identificação do paciente, erros em procedimentos cirúrgicos, infecções, uso inadequado de dispositivos e equipamentos médicos.
Há que se destacar que os EA permanecem insuficientemente investigados, em especial os relacionados à assistência cirúrgica, indicando necessidade de transformações na prática de enfermagem para melhorar a segurança dos pacientes, bem como a realização de pesquisas que identifiquem os indicadores da ocorrência de EA para cada situação de saúde, a fim de conseguir direcionar medidas que abrangem a realidade de cada local, configurando-se uma ferramenta gerencial que permite reconhecer, implementar e avaliar ações de melhoria, além de organizar e sistematizar os elementos que compõem a estrutura e o processo de trabalho em saúde.
Em virtude do contexto descrito anteriormente, tem-se como pergunta de pesquisa: qual é a ocorrência de eventos adversos como infecção do sítio cirúrgico, perda ou infecção do acesso venoso e quedas em pacientes internados em uma unidade de internação cirúrgica de um hospital de ensino do sul do Brasil? O objetivo é verificar a ocorrência de eventos adversos como infecção do sítio cirúrgico, perda ou infecção do acesso venoso e quedas em pacientes internados em uma unidade de internação cirúrgica de um hospital de ensino do sul do Brasil.
