Avalia a qualidade de vida de pessoas com diabetes mellitus tipo 2.
O estilo de vida acelerado da sociedade contemporânea produz comportamentos mecânicos e rápidos em relação às atividades cotidianas, bem como beneficia o aumento do sedentarismo, o consumo de alimentos inadequados e, consequentemente, a obesidade, sendo estes determinantes para o crescimento progressivo do diabetes mellitus Tipo 2, que possui prevalência de 11,4% em pessoas com faixa etária entre 20 e 79 anos, sendo responsável por 90% dos casos de diabetes em todo o mundo.
Trata-se de problema de saúde pública de elevada morbimortalidade, que acarreta impactos sociais e econômicos ao indivíduo e sistema público de saúde. Assim, estimou-se gasto anual global com diabetes de 760 bilhões no ano de 2019 e, se as tendências continuarem, serão 700 milhões de pessoas com diabetes até 2045, alcançando custo de 845 bilhões de dólares.
O diabetes, quando mal controlado, pela natureza crônica e gravidade das complicações, afeta a produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida das pessoas acometidas, que demandam custos diretos de tratamento com medicamentos, alimentação, consultas de acompanhamento, hospitalizações e até intervenções cirúrgicas.
Tendo em vista o comprometimento da qualidade de vida compreendida como algo complexo, por apresentar significações que envolvem percepções individuais e subjetivas, influenciadas pelo contexto de vida, sobretudo, valores culturais, sociais e econômicos, os quais podem sofrer alterações no transcorrer da vida. O constructo qualidade de vida está associado ao estado de saúde, ao bem-estar, à autoestima, ao estresse e às estratégias de enfrentamento da doença, uma vez que promove elo que pode contribuir para o agravo da doença, dificultar o tratamento e/ou melhorar o convívio da pessoa com diabetes mellitus Tipo 2.
A avaliação da qualidade de vida de indivíduos com doenças crônicas como o diabetes tem sido objeto de investigação na área da saúde, sendo considerada importante indicador dos resultados terapêuticos em diferentes situações clínicas. Existem inúmeras ferramentas que podem ser utilizadas para mensurar a qualidade de vida em indivíduos com diabetes, desde que sejam válidas e viáveis para uso da equipe.
Nessa perspectiva, a Atenção Primária à Saúde é um importante espaço para acompanhamento da pessoa com diabetes mellitus tipo 2, uma vez que é considerada porta de entrada preferencial da rede de atenção à saúde do sistema único de saúde, atuando como um conjunto de ações, no âmbito individual e coletivo, abrangendo a prevenção, promoção, proteção, manutenção e reabilitação da saúde.
É, ainda, é o pilar principal para a mudança na organização e nos modos de cuidar da pessoa que convive com o diabetes mellitus Tipo 2.
Na oportunidade de atendimento na Atenção Primária à Saúde, a equipe de saúde pode mensurar a qualidade de vida, por meio de instrumentos disponíveis adaptados à realidade brasileira, o que permite identificar os problemas reais e os potenciais, ter subsídios para tomada de decisão, desenvolver intervenções que sejam da competência da equipe e, ainda, sinalizar estratégias de cuidado que possam ser operacionalizadas dentro da rede de atenção à saúde.
Frente ao exposto, objetivou-se avaliar a qualidade de vida de pessoas com diabetes mellitus Tipo 2.