Verifica a relação entre qualidade de vida relacionada à saúde e sintomas ansiosos e depressivos de pacientes oncológicos em quimioterapia e familiares.
O câncer é considerado um problema de saúde pública no mundo e configura-se como uma das quatro principais causas de morte prematura (antes dos 70 anos de idade) entre a maior parte dos países. No Brasil, a nova estimativa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) aponta que para cada ano do triênio 2020-2022 ocorrerão 625 mil casos novos de câncer.
Dentre as formas de tratamento para o câncer a quimioterapia (QT) é o método mais adotado, podendo proporcionar o aumento da expectativa de vida do paciente e a remissão do câncer, além de reduzir a possibilidade de metástases. Apesar disso, a QT causa sintomas físicos e psicológicos (náusea, vômito, perda de apetite, fadiga, insônia, ansiedade) que interferem na qualidade de vida (QV) e na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) do paciente.
Diante dos desconfortos biopsicossociais vivenciados pelo paciente durante o curso da doença, a QVRS é afetada, merecendo atenção dos profissionais da área de saúde.
O diagnóstico e tratamento do câncer é uma experiência altamente estressante para a maioria dos pacientes e dos familiares. Além do impacto emocional, há presença dos efeitos colaterais ao tratamento, como também pode existir a necessidade de realização dos procedimentos invasivos.
Logo, a assistência de enfermagem prestada aos pacientes oncológicos deve ser direcionada à visão holística, realizada por prática embasada em conhecimento técnico científico e relação profissional/paciente, de forma humanizada, assegurando o respeito e empatia através da escuta qualificada de suas necessidades, orientando os pacientes e familiares sobre os efeitos colaterais existentes em decorrência do tipo específico de tratamento quimioterápico a ser realizado e oferecer medidas para melhorar sua QV.
O câncer interfere no bem-estar psicológico dos pacientes e de seus familiares, e quando os pacientes estão angustiados ou deprimidos, seus familiares também se sentem da mesma forma. Com a evolução da doença para estágios mais avançados, sem nenhuma perspectiva de cura, o impacto emocional ao paciente e seus familiares é muito grande.
A depressão é uma doença de grande importância que merece atenção. Mesmo sendo recorrente nos pacientes oncológicos, esse transtorno psiquiátrico muitas vezes não é diagnosticado ou tratado adequadamente.
Apesar da avaliação da QVRS dos pacientes em QT possibilitar uma melhor compreensão da intensidade dos sintomas que ele apresenta e permitir quantificar o impacto que eles têm provocado em sua saúde, possibilitando assim o planejamento da estratégia terapêutica, os estudos que abordam essa temática são escassos na literatura. realizaram um estudo tendo como objetivo caracterizar a produção científica do Brasil e Espanha quanto aos aspectos metodológicos e aos aspectos relacionados à qualidade de vida ligado à saúde, apresentados pelo paciente com câncer em tratamento quimioterápico dos dois países. Os autores relatam como uma de suas limitações a escassez de estudos na área, principalmente nas publicações brasileiras.
Frente ao exposto, esse trabalho objetiva analisar a relação entre a QVRS e os sintomas ansiosos e depressivos em pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico e em seus familiares. Tem-se como hipótese do presente estudo, a existência da relação entre a percepção da QVRS e a presença de sintomas ansiosos e depressivos nos pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico e em seus familiares.