Protocolo de Saúde Oral: Impacto na Penumonia Associada a Ventilação Mecânica

21 de junho de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Avalia um Protocolo de Saúde Oral, proposto e aplicado por um cirurgião dentista, em uma UTI adulto, no que se refere à prevenção da Pneumonia associada à ventilação mecânica.


As infecções do trato respiratório inferior estão entre as infecções nosocomiais mais comuns em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), contribuindo para o aumento do tempo de internação e da morbidade. Além disso, o custo do atendimento aumenta com o maior tempo de internação.

Protocolo de Saúde Oral: Impacto na Penumonia Associada a Ventilação Mecânica

Protocolo de Saúde Oral: Impacto na Penumonia Associada a Ventilação Mecânica. Foto: Divulgação.

A Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) está entre as infecções nosocomiais mais frequentemente relacionadas aos cuidados de saúde. Sendo definida como uma pneumonia que ocorre em até 48 horas após a instalação da ventilação mecânica, ou 48 horas após a extubação, excluídos os casos de pneumonia por insuficiência respiratória. De acordo com o National Nosocomial Infection Surveillance (NNIS) do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), os pacientes críticos apresentam essa condição em 9% a 40% dos casos.

Sabe-se que a saúde bucal de pacientes internados em UTIs pode contribuir para o aumento das taxas de PAV. Isso ocorre devido à formação de biofilme nos dentes, próteses e mucosa dos pacientes. Alguns estudos demonstraram que a presença de biofilme na superfície dentária aumenta a virulência dos microrganismos que nela se encontram. Essa condição é agravada pela presença de outros fatores como doença periodontal, cárie, lesões na mucosa bucal, dentes fraturados ou infectados e traumas provocados por próteses, tornando a placa dentária um reservatório de microrganismos que podem ocasionar infecções á distância.

Essa colonização bacteriana é particularmente crítica em pacientes sob ventilação mecânica. Observou-se que em 48 horas de internação, as características da flora bucal e orofaríngea em pacientes críticos mudam para microorganismos predominantemente gram-negativos, resultando em uma flora mais virulenta e com patógenos que originam a PAV.

Portanto, pacientes em ventilação mecânica por mais de 48 horas apresentam tanto bactérias Gram-positivas como Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae porém com prevalência de bactérias Gramnegativas como, Acinetobacter baumanii, Haemophilus influenzae e Pseudomonas aeruginosa, todas relacionadas à pneumonia nosocomial.

Embora a saúde bucal de pacientes críticos tenha sido relacionada à episódios de PAV, existem poucas diretrizes de cuidados de saúde bucal para pacientes internados em UTIs. Hixson et al. observaram que, embora a higiene bucal seja considerada um método padrão de cuidado para a prevenção da PAV, os cuidados bucais são frequentemente negligenciados nos pacientes criticamente enfermos.

Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar um Protocolo de Saúde Oral para prevenção de PAV. Esse protocolo foi proposto e aplicado por um cirurgião dentista especialista em Estomatologia.

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