Prospecção Tecnológica de Patentes Relacionadas ao Monitoramento de Acidentes Por Quedas em Hospitais

26 de fevereiro de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Mapeia a produção de tecnologias voltadas para monitoramento de quedas em ambiente hospitalar protegidas por patentes registradas.


A prestação de cuidados de forma insegura pode acarretar consequências ao paciente, além de implicações financeiras ao sistema de saúde e consequentemente à economia de um país. Por isso, a preocupação global com a redução de custos em cuidados de saúde e a busca por resultados e indicadores que evidenciem qualidade e segurança da assistência ao paciente são temas em evidência no cenário mundial. Complexidade do cuidado, culturas punitivas, despreparo dos profissionais e ausência de padrão na realização dos procedimentos são fatores que tornam as instituições hospitalares vulneráveis à ocorrência de erros.

Foto: Governo do Estado do Ceará.

Entre os eventos adversos, os acidentes por queda provocam consideráveis impactos sobre as taxas de morbimortalidade, além de representarem um fardo econômico para a sociedade e instituições hospitalares. Eles representam a segunda principal causa de mortes por lesões não intencionais, sendo os adultos com mais de 60 anos a população que sofre o maior número de quedas fatais. No Brasil, a ocorrência desse evento adverso também foi responsável pelo aumento das taxas de internações, mortalidade e letalidade em idosos. Apesar de sua ocorrência ser diretamente proporcional ao aumento da idade, não se podem considerar as lesões decorrentes desse evento como parte inevitável do envelhecimento.

A hospitalização é considerada um dos fatores que resulta no aumento do risco de queda, devido à mudança de ambiente e à não familiarização com o local. Nesse sentido, o tempo de permanência no hospital interfere proporcionalmente nesse evento, ou seja, quanto maior o tempo de internação, maior será o risco de queda.

Assim, pesquisas para entender causas, consequências e valores despendidos nesses eventos fornecem subsídios para estabelecer planos de melhoria, implantação de intervenções e desenvolvimento de políticas nas organizações de saúde.

Nesses ambientes, estratégias de prevenção que podem ser adotadas incluem processos educativos do paciente e família, treinamento da equipe assistencial e avaliação do risco de queda. No entanto, tais condutas devem fazer parte de planejamento e de políticas amplas de segurança do paciente, criando ambientes mais seguros e abrangendo ainda o investimento em recursos tecnológicos com o objetivo de mitigar esse evento. Em períodos de contenção de gastos, os serviços de saúde não devem empregar recursos em inovações onerosas sem evidências que apontem a eficácia da intervenção e o retorno desse investimento.

Entre os meios tecnológicos, temos a expansão do uso de recursos de detecção de queda, com a prevalência de produtos voltados para a sinalização do momento da ocorrência do incidente, com o objetivo de providenciar auxílio no menor tempo possível. Entretanto, observa-se a mudança de foco para prevenção de queda. Internacionalmente, há uma expansão do uso de recursos de monitoramento que, apesar de recentes, demonstram excelentes resultados na prática assistencial, reduzindo a incidência de queda, além de aumentar a satisfação da família e da equipe assistencial. Entretanto, o número de estudos na enfermagem voltados para esse tipo de tecnologia ainda é discreto, requerendo maiores pesquisas sobre o assunto.

Conhecer e analisar as soluções inovadoras existentes no mercado pelo estudo de patentes pode auxiliar na disseminação de recursos voltados para o monitoramento e prevenção de quedas de pacientes.

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