As doenças respiratórias crônicas estão entre as principais causas de morte e incapacidades em todo o mundo.
As doenças respiratórias crônicas, representadas principalmente pela asma e pela doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), estão entre as principais causas de morte e incapacidades em todo o mundo. A exposição ao tabaco, a poluição ambiental e doméstica, e a exposição ocupacional a produtos químicos são os principais fatores de risco para as doenças respiratórias crônicas no mundo. Ao longo dos últimos anos, observa-se a redução da taxa de internação e mortalidade nesse grupo de doenças no Brasil, mas o país ainda está entre os dez países da América com proporções mais elevadas de óbitos por essas causas (37 mortes a cada 100 mil habitantes) e apresenta baixas taxas de controle e adesão ao tratamento prescrito.
Por tais razões, as doenças respiratórias crônicas estão incluídas no Plano de Ação da OMS para a prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis e na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável. Além disso, entre as principais recomendações apresentadas no Fórum das Sociedades Respiratórias Internacionais em 2021 está a necessidade de educar e treinar profissionais de saúde para que possam prestar o melhor cuidado aos pacientes com doenças respiratórias.
O tratamento medicamentoso da asma e da DPOC tem por objetivos prevenir, controlar e tratar os sinais e sintomas respiratórios e envolve, sobretudo, o uso de broncodilatadores de curta (ex.: salbutamol, fenoterol e ipratrópio) e de longa ação (ex.: salmeterol, formoterol e tiotrópio), e antiinflamatórios corticosteroides (ex.: beclometasona, fluticasona e budesonida) por via inalatória. A administração dos medicamentos por meio de dispositivos inalatórios permite a ação local mais rápida no trato respiratório e com maior segurança quando comparada à administração por via oral, que pode causar efeitos adversos de forma mais frequente.
Por outro lado, para que o fármaco chegue às estruturas pulmonares em uma concentração adequada, é necessário que a administração do medicamento seja realizada seguindo a técnica correta, o que é desafiador para pacientes, cuidadores e profissionais de saúde. Nos últimos anos, em decorrência da incorporação de novas tecnologias, uma grande variedade de dispositivos inalatórios foi introduzida no mercado.