Perfil de Um Projeto de Educação em Saúde de Enfermagem na Rede Social Instagram

13 de setembro de 2023 por filipesoaresImprimir Imprimir

Caracteriza o perfil de um projeto de educação em saúde e suas contribuições à difusão de informação na rede social Instagram.


A internet brasileira começou a ser implantada no Brasil como uma infraestrutura de comunicação para fins acadêmicos no ano de 1989. Em 1994, se iniciou a abertura da rede ao público em geral, a chamada “internet comercial”, com a distribuição do serviço fora dos meios acadêmicos pela livre iniciativa privada. Desde então, ela se popularizou de modo exponencial, operada, atualmente, em mais de 80% dos domicílios brasileiros. Presente em 94% das residências, o celular é o equipamento mais utilizado para acessar o serviço, indicando um acesso mais democratizado à internet e à informação, tão restritas décadas atrás.

Foto: Governo Federal.

São 134 milhões de brasileiros usuários de internet, sendo as atividades mais comuns no uso da rede as de comunicação, lideradas pelo envio de mensagens instantâneas (92% dos usuários), seguido pelo uso de redes sociais (76%). Estudo realizado sobre tendências que moldam o mundo, explorando o impacto da internet, mostrou que oito em cada dez indivíduos acessam sites com conhecimentos da área da saúde. Cálculos indicam que o número de internautas brasileiros acessando regularmente esses sites pode ultrapassar os 10 milhões.

É indubitável, então, que o advento da internet permitiu um amplo acesso à informação. Dentre os meios para acessá-la, têm-se as redes sociais, plataformas com alta geração de dados. Em vista disso, as buscas por temas sobre doenças e autocuidado foram ampliadas, o que permite um fácil acesso dessa população aos profissionais. Toma-se em conta, também, que as mídias sociais viabilizam uma aprendizagem colaborativa, por meio da interação com compartilhamento de conhecimentos e envolvimento dos participantes, possibilitando articulação entre os usuários mediante comentários, formulários e mensagens privadas, por exemplo.

Tecnologias digitais, sociais e móveis vêm sendo amplamente utilizadas na educação profissional em saúde em geral e na enfermagem em particular; nesse contexto, as mídias sociais têm sido utilizadas em escala global como veículo fundamental para a comunicação. Muitos enfermeiros as têm adotado e utilizado de forma ativa em favor da saúde da população, devido à facilidade de acesso, o que tem gerado uma série de iniciativas bem-sucedidas lideradas por enfermeiras.

Não obstante, não se podem negligenciar os riscos potenciais que elas trazem. Assim, atentando-se para a importância das redes sociais e velocidade de disseminação de dados, é imprescindível validar essas informações, pois parte delas são cientificamente errôneas e/ou incompletas. Dessa forma, ao recorrerem à internet em busca de respostas para seus problemas de saúde, as pessoas ficam susceptíveis a um autodiagnóstico equivocado, que pode contribuir para uma autoprescrição imprópria, gerando problemas para o autocuidado e agravamento de quadros clínicos. Esses equívocos produzem dúvidas quanto à informação levantada na rede.

Com vistas a autenticar o conhecimento científico acessível à população, e por considerar a extrema relevância que as redes sociais adquiriram no mundo moderno, faz-se necessário inovar. As mídias sociais se configuram como uma tecnologia transformadora nas comunicações neste século, no campo dos negócios, entretenimento e também na educação. O uso de redes sociais como estratégia educativa é um desafio, e o Instagram é uma dessas redes que vêm sendo utilizadas com intencionalidade pedagógica, possibilitando estudos educativos nas áreas das ciências humanas e exatas, por exemplo. Ademais, é amplamente aplicada em contextos de saúde, tais como: no cuidado aos pacientes, monitoramento, reabilitação, diagnóstico, ensino e pesquisa.

Instagram

O Instagram foi lançado em 2010 e, desde então, vem evoluindo e aprimorando suas ferramentas de divulgação de conteúdos por meio de textos, imagens e som, incluindo a possibilidade de transmissões ao vivo, comercialização de produtos e serviços, associação a ferramentas antibullying, posicionando-se a favor do bem-estar dos usuários. Até julho de 2022, a rede apresentava, pelo menos, 1,440 bilhão de usuários no mundo. No Brasil, até o início de 2022, reunia 119,5 milhões de usuários, mas vale informar que a plataforma restringe seu acesso a pessoas com 13 anos ou mais; logo, o número de usuários brasileiros equivale a 67,4% da população do país.

Todo esse aparato de plataformas digitais forma parte do que se denomina como “tecnologias de informação e comunicação” (TICs), as quais unem as tecnologias computacionais com as das telecomunicações; e, por sua vez, quando adquirem finalidades educativas, integram o subdomínio das tecnologias educativas.

Os recursos das TICs, como as redes sociais, vêm sendo cada vez mais utilizados na disseminação de conhecimentos científicos e confiáveis à população, possibilitando atingir não somente profissionais de saúde, mas contribuir com a democratização do conhecimento para a sociedade em geral.

Revisão integrativa realizada sobre o uso de TICs na educação em saúde de adolescentes incluiu publicações de 2014 a 2020 e mostrou lacunas na produção de artigos científicos sobre o tema no Brasil; apesar disso, aponta que os profissionais de enfermagem se destacam na construção dessas tecnologias. Dessa forma, considera-se conveniente e oportuno gerar conhecimentos que deem visibilidade a iniciativas de utilização de redes sociais para difundir conhecimentos à população, por meio de projetos desenvolvidos pela enfermagem.

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