Dois séculos atrás, passar dos 40 anos era algo incomum. Os que conseguiam eram considerados quase seres abençoados pelos deuses. Graças aos avanços médicos e sociais, a esperança de vida começou a aumentar num ritmo considerável no final do século XIX. Hoje, viver até 80 anos é habitual. E tudo indica que, dentro de pouco tempo, chegar aos 100 será bastante normal.
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Segundo o IBGE no ano de 2060, em todo o país terá dois idosos para cada jovem dependendo do estado, com rapidez maior ou menor. Com o aumento populacional, é esperado uma mudança no perfil do idoso nas próximas décadas. Já existem esforços para desmistificar essa imagem do senhorzinho encurvado, de bengala, da vovó fazendo crochê… Seremos idosos mais “jovens”.
A mudança da identificação nas placas de idoso já aprovada em nosso país, é legitima uma vez que a imagem da pessoa com bengala não representa mais as pessoas com idade superior a 60 anos. Atualmente uma pessoa de 60 anos têm condições físicas e mentais superiores à população idosa dos anos 90, quando a identificação antiga foi adotada, hoje estamos falando de um idoso ativo, favorecido pela tecnologia médica do último século – vacinas, exames, medicamentos –, mais lúcido, mais protagonista.
No entanto, como viver esses novos anos? Podemos nos permitir o luxo de ser mais longevos? Como disse a escritora e Nobel de Literatura Svetlana Alexiévich: “Faltam ideias para este novo período”. Não há um manual de instruções, nem uma filosofia consolidada a respeito.