6 de maio de 2024 por filipesoares
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Analisa o cenário do ensino sobre a saúde do idoso nos Cursos Técnicos de Enfermagem do Brasil.
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e a equipe multiprofissional em saúde, da qual faz parte o Técnico de Enfermagem, precisa estar capacitada para assistência integral ao idoso.
Foto: ESP/CE.
Este estudo transversal descritivo, exploratório e com abordagem quantitativa objetivou analisar o cenário do ensino sobre a saúde do idoso nos Cursos Técnicos de Enfermagem do Brasil. Foi desenvolvido com 85 Cursos cadastrados no Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação e com Projetos Pedagógicos disponíveis nas páginas institucionais da internet. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, sob protocolo n° 4.741.457. Os dados foram submetidos a análise descritiva, média, desvio padrão, testes t Student e Exato de Fischer (p < 0,001).
Os resultados demonstraram que 75,3% dos Cursos Técnicos de Enfermagem estão no Sudeste; 70,6% são da Rede Federal; 54,1% públicos; 30,6% subsequentes; 92,9% presenciais; 14,1% alternam turno diurno/noturno e são ofertados anualmente. 28,2% têm ingresso por processo seletivo com descrição no Projeto Pedagógico dos Cursos; 65,9% dos Projetos foram publicados em 2020. A média de duração dos Cursos é dois anos (± 0,272); média de vagas 34,12 (± 4,352); média de carga horária teórica 1.232,31 horas (± 56,849) e de Estágio 586,45 horas (± 84,306). Em relação à oferta da disciplina sobre a saúde do idoso 98,8% dos Cursos ofertam uma disciplina; 60,0% são mistas; 35,3% são ministradas no segundo período/semestre/módulo e 24,7% têm estágio nesta temática. Em média, a carga horária da disciplina específica é 43,97 horas (± 8,623); a carga horária da disciplina mista 1 é 127,42 horas (± 35,277) e da disciplina mista 2 é 67,00 horas. As políticas públicas são abordadas em 49,4% das ementas das disciplinas mistas; alterações morfofisiológicas do processo de envelhecimento e Doenças Crônicas Não Transmissíveis estão em 34,1% dos conteúdos das específicas. As instituições públicas possuem maior carga horária teórica do Curso em relação as privadas (p ≤ 0,001). Entre os Cursos de instituições públicas constavam mais a descrição da forma de ingresso nos Projetos Pedagógicos em relação aos privados (p < 0,001). As instituições públicas têm Cursos Técnicos de Enfermagem com disciplinas específicas sobre a saúde do idoso, enquanto as privadas possuem disciplinas mistas (p < 0,001).
Conclui-se que a formação do Técnico de Enfermagem, no cuidado gerontológico, apresenta lacunas ocasionadas pela escassez de conteúdos, principalmente, relacionados a promoção da saúde e Envelhecimento Ativo e/ou Saudável. Faz-se necessária a reformulação de Projetos Pedagógicos e planos de disciplinas para que, futuramente, o idoso seja assistido integralmente por este profissional. Constituíram fragilidade para este estudo a falta de informações nos documentos pedagógicos e nos sites institucionais, assim como as dificuldades de acesso às instituições e Coordenadores de Cursos.
Esta pesquisa contribuiu para reiterar a relevância do ensino sobre a saúde do idoso na formação dos Técnicos de Enfermagem, que constituem a maior parcela da categoria de Enfermagem no Brasil. Espera-se que possa motivar pesquisas semelhantes em face das mudanças atuais e futuras decorrentes do envelhecimento populacional.
