Em seu discurso de posse, Nísia Trindade vinculou pagamento do piso à prestação de serviços de qualidade em Saúde.
A nova ministra da Saúde, Nísia Trindade, realizou nesta segunda-feira (2) no discurso de posse, um compromisso de honrar o piso salarial da Enfermagem. Na conclusão de sua fala, de mais de uma hora, destacou a importância dos trabalhadores da Saúde e vinculou o pagamento do piso a condições de trabalho dignas e a uma prestação de serviços de qualidade no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Existe muito esforço de governo no sentido de viabilizarmos essas condições. É possível garantir a sustentabilidade do SUS e o trabalho digno em saúde. Essa será uma premissa do nosso trabalho”, declarou Nísia no discurso. Ela falou também em outros momentos da necessidade de honrar o Piso Salarial da Enfermagem.
Fruto de ampla pactuação de consensos, o Piso Salarial é uma conquista histórica da Enfermagem. A garantia desse direito é um reconhecimento à importância da categoria para a saúde da população do país e não pode permanecer estagnada no Judiciário. Com a promulgação da Emenda Constitucional 127, o Conselho Federal de Enfermagem entende que foi alcançada a segurança jurídica requerida para o custeio do piso, sem criar novos impostos e despesas, apenas remanejando recursos de outras fontes para o financiamento do piso no setor público e filantrópico.
O Cofen e os Conselhos Regionais de Enfermagem vão continuar lutando com a diligência necessária, buscando solucionar o impasse para que enfermeiros, técnicos, auxiliares e obstetrizes sejam efetivamente reconhecidos e possam alcançar a tão sonhada valorização.
Doutora em Sociologia, Nísia é servidora da Fiocruz há mais de três décadas. Ingressou na instituição em 1987 como pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), assumindo a Direção da unidade de 1999 a 2005. Já na primeira década do novo milênio, Nísia atuou ainda como membro do conselho editorial da Editora Fiocruz, do comitê científico e da comissão executiva do 4º Congresso Mundial de Centros de Ciência e da comissão organizadora de eventos integrantes da comemoração do centenário da descoberta da Doença de Chagas. Participou da criação do curso de especialização em história da saúde na Amazônia, em parceria com o Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazonas), e do Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde da COC.
Foi também uma das responsáveis pelo início da parceria com o governo federal para incrementar as políticas de preservação do patrimônio cultural da saúde, concentrado, em larga medida, nas próprias edificações da Fiocruz.
Em 2016, no contexto do enfrentamento à emergência sanitária global em decorrência do vírus zika, e com o objetivo de colocar centralmente a dimensão humana na busca de soluções para este problema, Nísia criou, no âmbito da vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação, o programa integrado de pesquisa Rede de Ciências Sociais e Zika da Fiocruz.