Avalia o nível de estresse entre enfermeiros da classificação de risco em hospitais públicos.
A política nacional de urgência e emergência, implementada a partir de 2002 pelo Ministério da Saúde (MS), surgiu com um objetivo de reorganizar a assistência à saúde nos Prontos-Socorros (PS).
A complexidade deste setor exige uma equipe interdisciplinar, preparada para prestar atenção imediata com tecnologias avançadas destinadas a diagnósticos, monitorização e terapias medicamentosas. Deste modo, o setor de PS passa a ser visto pela população como um local de atenção à saúde com rápida resolutividade. Esse fato leva à ocorrência de elevado número de procura por atendimentos de urgência que, por sua vez, desviam o foco para atendimentos pouco urgentes, causando desgaste e estresse na equipe de trabalho, insuficiência de recursos, impaciência, reclamação dos usuários e tempo dispensado inapropriadamente.
Nas unidades de urgência e emergência, o acolhimento se torna articulado com as ações de classificação de risco, tendo como objetivo acolher cada usuário e classificá-lo de acordo com as queixas e sintomas, direcionando-o ao atendimento médico, conforme a gravidade do caso. Com base nesta nova metodologia, busca-se reduzir o tempo de espera, humanizar o atendimento, descongestionar o serviço e proporcionar melhor satisfação pelo usuário.
A classificação de risco é um processo que envolve tomada de decisão rápida, ocorrendo em ambiente altamente dinâmico, com restrição de tempo e espaço físico, realizada pelo enfermeiro, por meio de protocolos estabelecidos internacionalmente.
No entanto, as atividades realizadas pelos enfermeiros podem levar a um quadro de estresse, devido às responsabilidades e às sobrecargas diárias vivenciadas por esses profissionais, de modo pessoal e laboral. Em pesquisas já realizadas em diversos setores, os enfermeiros são os mais acometidos pelo estresse. O estresse ocupacional na enfermagem vem sendo estudado desde a década de 1960, e ao longo de 50 anos de pesquisas, o trabalho do enfermeiro foi identificado como profissão estressante, podendo gerar agravos e danos à saúde do trabalhador. No entanto, até o presente momento, há escassez de informações relacionadas ao nível de estresse em enfermeiros atuantes no setor de classificação de risco.
Diante das evidências científicas e da escassez de estudos nacionais, o presente estudo tem o objetivo avaliar o nível de estresse de enfermeiros na classificação de risco em hospitais públicos do estado do Espírito Santo.