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Ministério da Saúde Publica Novas Diretrizes Para Rastreamento do Câncer do Colo do Útero

25 de agosto de 2025 por filipesoaresImprimir Imprimir

Portaria oficializa oferta do exame molecular de DNA-HPV no SUS. Enfermeiros devidamente capacitados estão aptos para a coleta.


O Ministério da Saúde publicou novas diretrizes para rastreamento do câncer do colo do útero, oficializando a incorporação do exame molecular de DNA-HPV ao Sistema Único de Saúde (SUS). Recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o teste molecular permite identificar o subtipo do vírus, caso o resultado seja positivo, direciona o tratamento das lesões e pode reduzir casos de câncer.

Teste molecular DNA HPV permite identificar o subtipo do vírus, direcionando tratamento.

O novo exame vai substituir gradualmente o papanicolau como exame de rastreio e prevenção na Atenção Primária à Saúde (APS). Com a mudança, o intervalo entre as coletas, quando não houver diagnóstico do vírus, passará a ser de cinco anos. A portaria amplia a faixa etária de rastreio, de 25 a 64 anos.

A identificação do subtipo de vírus é importante, pois alguns subtipos de HPV estão associados a maior risco de câncer. Caso seja detectada uma variante mais oncogênica, como a 16 e a 18 — responsáveis por 70% das lesões precursoras de câncer –, a mulher vai ser encaminhada diretamente à colposcopia. Se a colposcopia identificar uma doença cervical, vai seguir para condutas específicas.

A portaria SAES/SECTICS 13/2025 define que os gestores do SUS devem estruturar a rede assistencial, definir os serviços referenciais e estabelecer os fluxos para o atendimento. O documento também reforça a obrigatoriedade de informar a paciente, ou de seu responsável legal, dos potenciais riscos e efeitos colaterais do tratamento.

Fluxograma de condutas para mulheres de risco padrão.

Enfermeiros capacitados podem coletar o exame de DNA-HPV

A coleta do exame molecular pode ser feita por enfermeiros capacitados, como já acontece com o papanicolau na Atenção Primária à Saúde (APS). “A forma de coletar é muito parecida com a colpocitologia oncótica, o papanicolau. O material é um pouquinho diferente, com treinamento básico o enfermeiro pode coletar o exame”, explica a enfermeira Gabriela Giacomini, da Câmara Técnica de Enfermagem e Saúde da Mulher (CTESM/Cofen).

A incorporação do exame molecular de DNA-HPV foi apresentada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) em abril, após anúncio do Instituto Nacional do Câncer (Inca). “O enfermeiro tem papel fundamental no combate ao câncer de colo do útero, tanto na prevenção, com a vacina da HPV e a orientação à população, quanto no rastreio [de risco] e na detecção precoce, quando se observa lesões que podem ser precursoras do câncer de colo do útero. É importante também a orientação de seguimento, direcionando a mulher para os atendimentos necessários”, explica Gabriela Giacomini.

Vacinação pode evitar câncer de colo do útero

O Brasil registra, em média, 17 mil novos casos novos de câncer de colo do útero anualmente, conforme dados do último triênio (2023-2025). Terceiro tipo de câncer mais incidente no país, o câncer de colo uterino provocou 7.209 mortes em 2023, segundo dados do Ministério da Saúde.

Vacina eficaz na prevenção do câncer de colo do útero está disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos (Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF).

O HPV é responsável por quase 100% dos casos de câncer do colo do útero, além de estar associado ao câncer na faringe, pênis, vagina e ânus.  A vacina contra o HPV, comprovadamente eficaz na redução de mortes por câncer, está disponível em dose única para meninas e meninos de 9 a 14 anos; pessoas imunocomprometidas (que vivem com o HIV, transplantadas ou pacientes oncológicos) com três doses; vítimas de abuso sexual; usuários de profilaxia pré-exposição (PrEP) de HIV e pacientes portadores de papilomatose respiratória recorrente (PRR).

“É importante que os pais vacinem suas crianças e adolescentes na idade correta, antes do início da vida sexual, pois a vacina é mas eficaz antes do contato com o vírus”, afirma a conselheira federal Betânia Santos, coordenadora da Câmara Técnica de Enfermagem em Atenção à Saúde do Adolescente, Adulto e Idoso (CTEASAAI/Cofen)

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