Mapa Conceitual: Representação Social na Graduação de Enfermagem

7 de dezembro de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Compreende as representações sociais do uso de mapas conceituais em grupo tutorial de estudantes de Enfermagem.


A educação em enfermagem como profissão tem sua origem a partir do final do século XIX durante a guerra da Criméia. Desde então, as escolas de enfermagem em nível mundial são idealizadas e desenvolvem seus padrões de aprendizagem, centradas no modelo biomédico e hospitalocêntrico, tendo, uma hierarquia relacionada ao conhecimento empírico da profissão.

Mapa Conceitual: Representação Social na Graduação de Enfermagem

Mapa Conceitual: Representação Social na Graduação de Enfermagem. Foto: Divulgação.

No Brasil, a primeira escola de Enfermagem foi criada em 1923 (Rio de Janeiro) com a mesma concepção das escolas europeias. No contexto do hospital e na prática hierárquica da educação tradicional que os profissionais eram formados. Ao longo do século XX, a enfermagem se transforma e quebra diferentes paradigmas profissionais e de ensino, traduzidos nas concepções da forma de ensinar e aprender. Estas concepções buscam um modelo de ensino-aprendizagem mais humanista. Inicia-se então, a discussão sobre a dualidade entre pedagogia tradicional (centrada em armazenamento de conteúdo, sem a reflexão do sujeito que aprende sobre o que está aprendendo) e construtivista (o ensino-aprendizagem permite reflexões e um diálogo vivo com aquilo que se aprende, ou seja, os conteúdos têm que ter relação com a vida real).

Nesse sentido, as escolas de enfermagem baseadas nas leis de diretrizes de base para a educação e nas necessidades de avançar no cuidado mais holístico à pessoa e toda sociedade, ao longo dos séculos XX e XXI, tiveram seus currículos reestruturados para atender a essas demandas. Dentre os métodos de ensino construtivistas, percebe-se na área de enfermagem a adoção de diferentes modelos de ensino-aprendizagem, como: Problem Based Learning (PBL) e Metodologia da Problematização.

Grupos tutoriais

No PBL são constituídos grupos tutoriais, em que é apresentado um problema pré-elaborado por especialistas, vinculado ao conteúdo curricular, seguindo-se sete passos: leitura do problema e esclarecimento dos termos desconhecidos; identificação dos problemas propostos; formulação de hipóteses explicativas para os problemas identificados; resumo das hipóteses; formulação dos objetivos de aprendizagem; estudo individual e retorno ao grupo tutorial para rediscussão dos problemas com base nos novos conhecimentos.

No grupo tutorial, o papel do professor/tutor é de mediar a construção do conhecimento, a partir da consideração das experiências prévias e construções cognitivas que os alunos já trazem. Nesse contexto, o tutor, juntamente com o grupo, elege um coordenador e um secretário. Eles são as figuras centrais da dinâmica tutorial e conduzem o processo ensino-aprendizagem, ancorados na figura do tutor, que o estimulam a exercer a autonomia de tais papéis.

Já a Metodologia da Problematização consiste na observação da realidade, levantamento de pontos-chaves e seus determinantes, teorização, hipóteses de solução e aplicação à realidade de forma a compreender desfechos do cotidiano.

No emprego de métodos ativos (PBL e Metodologia da Problematização), também é possível à utilização de estratégias pedagógicas para facilitar e otimizar o desempenho discente, são exemplos: mapa conceitual (MC), mapa mental e tempestade cerebral (Brainstorm), dentre outras. O MC, especificamente, consiste na elaboração de um esquema representativo de conceitos para a elaboração de proposições, referentes ao conteúdo a ser aprendido. A enfermagem tem se valido dessa ferramenta, pois possibilita ao aprendiz a capacidade de formulação de pensamento crítico, a resolutividade de problemas, as sínteses conceituais, a formulação de um planejamento de cuidado e a avaliação da assistência do cuidado.

Formas de educação

As novas formas de educação devem inverter as ênfases tradicionais de ensino. Ao invés de ensinar às pessoas fatos sobre outras coisas, devemos ensinar-lhes fatos sobre elas próprias – fatos sobre a forma de como podem aprender, pensar, relembrar, criar e resolver problemas. Este modelo atual construtivista do saber tem se mostrado muito importante para liberar o potencial criativo dos estudantes e facilitar a aprendizagem significativa, oposta à memorística por recepção mecânica. Essa nova forma de aprender desperta a criatividade dos aprendizes, tornando-os mais proativos do que reativos.

Assim sendo, este estudo busca contribuir para melhor compreensão sobre o processo de ensino-aprendizagem sob a ótica da utilização da estratégia do mapa conceitual. O interesse nessa temática surgiu em um curso de graduação de enfermagem de uma universidade pública do Centro-Oeste do país, cujo currículo é estruturado na metodologia PBL e utiliza o MC como ferramenta pedagógica de apoio ao ambiente tutorial. A partir das reflexões dos alunos após o fechamento de cada tutoria acerca da primazia ou vileza de sua utilização, sentiu-se a necessidade de verificar as representações sociais desta ferramenta entre os envolvidos e registrá-las.

O presente estudo teve como objetivo compreender as representações sociais do uso de mapas conceituais em grupo tutorial de estudantes de enfermagem.

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