Os valores e os compromissos éticos dos profissionais da Enfermagem, assim como os direitos, partem do mesmo ponto: a dignidade humana. Embora, os direitos humanos não sejam uma linguagem corrente da Enfermagem, o preceito que baliza a prática da enfermagem – a busca do bem- estar do paciente e da comunidade – é consistente com aqueles em que se funda a Declaração Universal de Direitos Humanos.
Os profissionais da Enfermagem que atuam na área dos direitos humanos compartilham ideais similares. Como a busca por sistemas de saúde efetivos. Integrados e que estejam ao alcance de todos e reconhecem a importância não apenas do acesso à atenção à saúde. Mas também dos determinantes sociais da saúde para concretização da dignidade e dos direitos humanos, especialmente do direito à saúde.
Este Manual tem como base a abordagem baseada nos direitos humanos e sua interconexão com a prática da Enfermagem. De modo a propiciar aos profissionais a identificação dos instrumentos normativos que lhes permitem o enfrentamento de situações cotidianas de violação de direitos humanos. Tais como, o exercício da Enfermagem em condições desumanas e degradantes e a efetivação dos cuidados de saúde de populações vulneráveis.
Nesse sentido. Cabe salientar que o Conselho Internacional de Enfermeiros enunciou. Em documento específico. Intitulado Enfermeiros e Direitos Humanos. Seu endosso à Declaração Universal de Direitos Humanos e ao Comentário Geral nº 14/2000 do Comitê sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU, documento base deste Manual.
Segundo o documento, a interface entre Enfermagem e direitos humanos deve ser compreendida sob a perspectiva do referencial internacional dos direitos humanos e do Código de Ética dos Enfermeiros do Conselho. Além disso. Estabelece a obrigação dos enfermeiros de salvaguardar. Respeitar. E promover. Ativamente. Os direitos humanos relacionados aos cuidados em saúde e ressalta que os enfermeiros são responsáveis por suas ações e omissões em proteger os direitos humanos.