Investiga o cuidado do enfermeiro relacionado à saúde do homem na ESF.
Estudos envolvendo “saúde e homem” têm sido debatidos em proporções crescentes entre os profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF), na tentativa de melhor intervir nas inúmeras demandas de saúde peculiares aos homens, contribuindo assim para a redução dos indicadores de morbimortalidade e mortalidade, que refletem o perfil da saúde do homem no Brasil.
O objetivo geral deste estudo foi investigar o cuidado do enfermeiro relacionado à saúde do homem na ESF. Trata-se de um estudo de campo, do tipo exploratório-descritivo com abordagem qualitativa, o qual teve como cenário dez Unidades de Saúde da Família situadas no município de Sobral, localizado a 235 quilômetros da capital cearense.
Realizado com 23 enfermeiros da ESF, justificando-se este número, devido cada unidade possuir aproximadamente três enfermeiros (dois assistencialistas e um gerente), os enfermeiros assistencialistas com pelo menos um ano de experiência no acolhimento aos homens, sendo excluídos os profissionais que estavam de folga, de férias, licença paternidade/maternidade ou licença médica. Para a coleta de dados foi realizada uma entrevista semiestruturada, isto, após o consentimento e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Após cadastro do projeto no sistema SICC e na Plataforma Brasil, após aceite, foi realizada a coleta dos dados.
As informações foram organizadas conforme a análise temática, que consiste em pré-análise, exploração do material e análise dos resultados. A seguinte pesquisa foi realizada dentro das prerrogativas da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovada pelo CEP, sob número de parecer 3.317.312. Os participantes deste estudo foram vinte e duas enfermeiras e um enfermeiro, com idade entre 26 e 66 anos. Percebeu-se que normalmente, os homens só procuram a ESF por sintomas clínicos ou agravantes, consulta ou dispensa de medicação, dor, licença médica quando faltam ao trabalho, ou quando levados para consulta pela esposa, filhos ou mãe.
Os dados mostraram que os enfermeiros ainda não têm uma abordagem totalmente desenvolvida para usuários do sexo masculino e, de acordo com a descrição dos relatos dos autores, os enfermeiros devem desenvolver habilidades como a escuta empática e uma abordagem assistencial preventiva atraente. Embora alguns participantes tenham relatado a falta de promoção da saúde do homem pelos enfermeiros, em comparação ao que foi discutido em outros estudos, existem várias formas de desenvolver essas estratégias. Também evidenciou-se que os enfermeiros da ESF, juntamente com suas equipes, podem prestar uma assistência holística, considerando não apenas as queixas do paciente, mas todas as condições em que se relacionam.
Neste contexto, esta pesquisa contribui para o conhecimento dos profissionais enfermeiros e usuários sobre a saúde do homem e melhora do atendimento aos usuários do sexo masculino nas Unidades de Saúde da Família em Sobral.