Impacto do Exercício Físico no Comportamento de Idosas Com Doença de Alzheimer

20 de setembro de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Compara o impacto do exercício físico no comportamento de idosas com Alzheimer em uma Instituição de longa permanecia para idosos.


O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, que tem crescido de forma acentuada nos países em desenvolvimento. Segundo Censo do IBGE 2010, estima-se que em 2025 o Brasil se tornará o país com o sexto maior quantitativo de idosos do mundo, principalmente acima de 80 anos. Como consequência, o número de doenças crônicas-degenerativas tem aumentado, entre elas a demência. Sabe-se que as síndromes demenciais compõem o sexto grupo de doenças mais relevantes nos quesitos de funcionalidade e mortalidade de idosos. Disfunções como declínio de cognição tem sido queixas comuns relatadas por esta população que tem suas atividades de vida diárias (AVD) comprometidas.

Impacto do Exercício Físico no Comportamento de Idosas Com Doença de Alzheimer

Impacto do Exercício Físico no Comportamento de Idosas Com Doença de Alzheimer. Foto: Divulgação.

A dependência para a realização das atividades básicas de vida diária leva o idoso a necessitar de acompanhamento e supervisão permanentes. Tornando-se necessária a adaptação dos familiares para suprir essa necessidade, seja reorganizando o cotidiano dos componentes familiares ou terceirizando o cuidado da pessoa idosa. Neste sentido a institucionalização dos idosos é uma alternativa para quem necessita de cuidados e supervisão constantes.

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) foi quem adotou a expressão “Instituição de Longa Permanência para Idosos” (ILPI) para designar o tipo de instituição anteriormente chamado de asilo. ILPI é definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 283 como – instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinada a domicilio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. A ILPI tem como atribuições: desenvolvimento de atividades que estimulem a autonomia, promoção da integração social e condições de lazer, tais como exercícios físicos, atividades recreativas e culturais.

Doença de Alzheimer

Dentre as síndromes demenciais mais frequente entre os idosos está a Doença de Alzheimer (DA). Caracteriza-se por declínio cognitivo múltiplo, que envolve o comprometimento da memória e perda progressiva da capacidade funcional. Estudos recentes apontam que a DA tem particular importância devido às limitações que impõe ao doente, tornando patológicas as alterações fisiológicas do envelhecimento tais como, a perda progressiva das habilidades de raciocinar e memorizar, além de afetar as áreas cerebrais relacionadas à linguagem, produzir alterações de comportamento e a capacidade da pessoa para cuidar de si mesma, produzindo grande dependência. Dada a prevalência da DA e o impacto produzido na capacidade do idoso de cuidar de si, é muito comum que nas ILPI encontre-se residentes com Alzheimer nos seus diferentes estágios da doença.

A DA também produz alterações psicológicas e comportamentais manifestadas principalmente por apatia, ansiedade, delírios, agitação/agressividade, alucinações, irritabilidade, perambulação que também pode ser nomeada como comportamento motor aberrante, desinibição do comportamento e alterações nos ciclos de sono e vigília. Essas alterações de comportamento são prejudiciais ao convívio social e também a segurança pessoal, trazendo risco de quedas e lesões. Ao lidar com o idoso com DA no domicilio ou na ILPI deve-se procurar alternativas não farmacológicas para reduzir essas alterações comportamentais características da DA.

A ação benéfica do exercício físico, como um tratamento não farmacológico para a DA, tem sido demonstrada em pesquisas incluindo a redução nos distúrbios de comportamento e melhora da função motora. Em idosos, cognitivamente preservados, os benefícios do exercício físico estão bem descritos e comprovados, mas pouco se sabe sobre os efeitos em idosos com DA.

No cuidado diário é comum a percepção de que nos dias em que os idosos com DA praticam algum exercício físico o seu comportamento se torna melhor, indicando que o exercício pode trazer benefícios imediatos e não apenas a longo prazo. Estabelecer essa correlação entre o exercício físico e o comportamento do idoso com DA pode contribuir para um melhor planejamento das atividades oferecidas pela ILPI, para melhora da convivência e segurança dos idosos. Assim este estudo tem por objetivo comparar o impacto do exercício físico no comportamento de idosas com Alzheimer em uma ILPI.

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