A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma condição súbita em que ocorre a interrupção abrupta do fluxo sanguíneo e do transporte de oxigênio para os órgãos vitais. Reduzindo a capacidade de gerar um fluxo mínimo que garanta a integridade celular e tecidual, influenciando a relação do gasto cardíaco, resistência vascular sistêmica e pressão arterial, com risco de lesões isquêmicas, dentre outras sequelas.
Nesse cenário, a hipotermia terapêutica mostra-se como alternativa para reduzir as sequelas oriundas da PCR, melhorando a qualidade de vida dos sobreviventes após manobras de reanimação, pois, em decorrência da parada, são desencadeadas duas ondas de morte de células neuronais, por necrose ou por apoptose.
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A American Heart Association destacou que pacientes adultos comatosos, com retorno circulatório espontâneo após PCR. Dessa forma devem ser submetidos ao controle direcionado de temperatura entre 32 e 36ºC, a qual deve ser mantida constantemente durante pelo menos 24 horas. Apesar de seus efeitos neuro protetores, a aplicação da HT mostra-se um processo complexo que desencadeia efeitos fisiológicos nos sistemas circulatório e cardiovascular, urinário, imunológico e, também, no gastrointestinal.
Diante do exposto, torna-se evidente a necessidade de que a enfermagem mantenha vigilância constante do paciente submetido à hipotermia terapêutica, durante as 24 horas do dia, executando cuidados específicos para obtenção da melhora clínica, uma vez que, em cada uma das fases da HT, são exigidos cuidados individualizados relacionados à complexidade clínica do paciente submetido a essa terapêutica.