O objetivo da pesquisa é analisar e compreender a realidade de vida e trabalho dos profissionais da equipe de saúde que atuam na linha de frente da pandemia.
A Fiocruz quer entender como a dinâmica de trabalho afeta a vida, o corpo e a saúde física e emocional dos profissionais de saúde que atuam diretamente na assistência e no combate à Covid-19. Para isso, lançou a pesquisa nacional “Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19 no Brasil”, cujo objetivo é analisar e compreender a realidade de vida e trabalho dos profissionais da equipe de saúde que atuam na linha de frente da pandemia. De acordo com o Boletim Epidemiológico Especial nº 33 do Ministério da Saúde, até o dia 26 de setembro, foram registrados 322.178 casos de Covid-19 em profissionais de saúde de todo o país, com 315 óbitos. O link da pesquisa está disponível no site da Ensp/Fiocruz.
O estudo liderado pela Fundação Oswaldo Cruz permiritá conhecer a realidade das condições de trabalho dos profissionais na linha de frente da Covid-19. O objetivo é compreender o ambiente de trabalho, a jornada, o vínculo institucional, a vida do profissional na pré-pandemia e as consequências do atual processo de trabalho, envolvendo aspectos físicos, emocionais e psiquícos desse contingente de trabalhadores. A pesquisa tem apoio do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), do Conselho Federal de Medicina, do Conass, Conasems e diversas instituições e entidades nacionais.
“Mesmo diante de um cenário de pandemia, observamos denúncias e relatos de profissionais que estão em situação de precarização do vínculo de trabalho, salários atrasados, insegurança e sobrecarga de trabalho que geram stress, adoecimento e desgastes físicos e psíquicos. Conhecer a realidade desse profissional contribuirá para o direcionamento de ações, estratégias e políticas públicas que promovam a melhoria das condições de trabalho das categorias atuantes no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. A participação dos profissionais é muito importante para delinearmos o cenário atual”, afirma a pesquisadora da Fiocruz Maria Helena Machado, coordenadora do estudo.
As categorias profissionais com maiores registros dentre os casos confirmados de Síndrome Gripal por Covid-19 foram técnicos ou auxiliares de enfermagem (109.955), seguidos dos enfermeiros (47.339), médicos (33.032), agentes comunitários de saúde (16.546) e recepcionistas de unidades de saúde (14.024). Quanto aos óbitos, a distribuição foi da seguinte forma: técnicos ou auxiliares de enfermagem (107), médicos (62) e enfermeiros (36). A lista ainda tem cuidador de idosos (20), odontologistas (18), agente comunitário de saúde (8), atendente de farmácia (7) e fisioterapeitas (6) (confira a lista completa).
O questionário deve ser respondido on-line e leva de 10 a 15 minutos para ser totalmente preenchido. A identidade do participante será preservada.
O Brasil conta hoje com um robusto sistema de saúde. O SUS, com mais de 200 mil estabelecimentos de saúde (ambulatorial ou hospitalar), possui cerca de 430 mil leitos e emprega diretamente mais de 3 milhões e 500 mil profissionais da saúde, sendo 2 milhões de médicos e profissionais que compõem a equipe de enfermagem. Na linha de frente do combate à Covid-19, o universo da pesquisa abarca mais de 1 milhão de profissionais entre médicos (intensivista, infectologista, pneumologista, radiologista, clínico, cirurgião geral, anestesista, patologista, generalistas), a equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem), fisioterapeutas, farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos, odontólogos, técnicos de saúde, agentes de saúde, auxiliares de saúde e pessoal de apoio, que estão no atendimento da atenção primária em saúde e na rede hospitalar de referência em Covid-19 em todo o país.
Na Fiocruz, a pesquisa é conduzida pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) e pelo Centro de Estudos Estratégicos (CEE), com parceria do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) e do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict).