Analisa a percepção e estratégias de gerenciamento de conflitos utilizadas por enfermeiros na gestão de pessoas em serviços de saúde portugueses.
A Enfermagem desenvolve atividades que englobam a prestação de cuidados e atividades de gestão nas organizações. Enquanto gestores, os enfermeiros assumem o papel de líderes, sendo a liderança compreendida como habilidade de influenciar sua equipe, visando alcançar objetivos compartilhados pelo grupo e tendo como finalidade central o atendimento das necessidades de saúde dos usuários e suas famílias. Entre as principais atribuições do líder, tem-se o manejo dos conflitos, geralmente caracterizados com certa conotação negativa, relacionados à quebra da ordem, ocasionada por erro ou falha, sendo o manejo a capacidade de administrá-los. Estes são também resultado das diferenças de ideias, valores, culturas ou sentimentos de duas ou mais pessoas, podendo ser interpretados como destrutivos ou construtivos, o que dependerá da conduta adotada pelos enfermeiros ao gerenciá-los.
Os conflitos são inevitáveis nos espaços em que há interações entre as pessoas; e, conforme sua intensidade, maneira como forem tratados, podem ser benéficos no ambiente de trabalho. Diferentes estudos na área da gestão em enfermagem têm se voltado para análise e/ou compreensão da capacidade dos enfermeiros em manejar os conflitos, considerados um estressor comum na prática desses profissionais, os quais se esforçam para atingir os objetivos de satisfação dos usuários, das instituições e dos seus colaboradores, proporcionando atendimento de qualidade. Porquanto o enfermeiro gerente percebe que o apoio pode impactar os níveis de estresse no trabalho e o modo pelo qual lida com o conflito, o estilo de liderança também é decisivo nesse contexto, assim como os traços de personalidade dos enfermeiros, que afetam as estratégias de gerenciamento de conflitos. Esses aspectos podem interferir nas relações interpessoais, no trabalho em equipe e, por sua vez, na assistência de enfermagem.
Estudo sinaliza que o gerenciamento ineficaz de conflitos consiste em uma ameaça ao trabalho em equipe. Além disso, destaca a escassez de conhecimentos relacionados à resolução das situações conflituosas. Diante desse achado, o enfermeiro gestor necessita desenvolver habilidades, com vistas à avaliação e escolha da melhor estratégia para conduzir ocasiões conflitantes, reconhecendo tal competência gerencial como prioridade, tendo em vista que repercute na segurança do paciente e na redução de danos à saúde, mediante o trabalho em equipe coeso e efetivo.
Nesse contexto, este estudo emergiu das questões: Qual a percepção da frequência de conflitos na gestão de pessoas entre enfermeiros gestores em serviços de saúde portugueses? Essa percepção está associada às estratégias que utilizam?