7 de abril de 2021 por filipesoares
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Apresenta as estratégias utilizadas por docentes dos cursos de graduação de Enfermagem do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e os desafios frente ao ensino remoto durante a pandemia.
O ensino de Enfermagem aponta o caminho percorrido por diferentes marcos históricos de uma profissão que busca envolver diversas formas de teorização para a consolidação das práticas clínicas, sociais e antropológicas, ainda pautadas na visão biologista, hospitalocêntrica e reducionista do saber. Transcender o modelo tradicional de ensino requer estratégias inovadoras de se pensar na formação do enfermeiro, a fim de transformar e fortalecer a Enfermagem de modo científico.
Estratégias e desafios do ensino remoto na Enfermagem. Foto: Divulgação.
Ao que se refere o processo formativo da Enfermagem, percebem-se transformações históricas na constituição da profissão na busca pelo reconhecimento. O modelo de formação tem raízes na feminização, predominância funcionalista e hierárquica, no qual a Enfermagem ocupava uma posição de submissão. A construção alinhada da ciência da Enfermagem requer conhecimento científico, teórico e prático como componentes curriculares essenciais para a formação do enfermeiro.
As transformações e avanços na Enfermagem remetem sobre a necessidade de mudanças no ensino e aprendizagem, nos quais é necessário refletir sobre a importância de se utilizar inovações nos âmbitos da educação e formação do enfermeiro. Neste sentido, as universidades têm um papel essencial para que futuros enfermeiros estejam aptos para atuar em diferentes contextos de saúde, com saberes específicos sobre diferentes cenários de prática, para que possa responder as demandas de saúde da população.
O ensino e a assistência de Enfermagem exigem que o enfermeiro seja capaz de liderar equipes, apresente visão global e interconectada com os avanços tecnológicos e culturais. Esse processo de dominar diferentes tecnologias, que acompanham o processo de inovação do ensino e assistência de Enfermagem, necessita de reorientações nos construtos teóricos e pedagógicos. Desta forma, percebe-se a importância de que a oferta de cursos de Enfermagem esteja adequada às realidades locais, com formação global, que contemple as disparidades sociais de um país em desenvolvimento.
No que tange às realidades locais e a necessidade de preparar o profissional enfermeiro, com olhar ampliado para os diferentes contextos de saúde, vivencia-se atualmente a situação da pandemia do novo coronavírus, no qual a manifestação de sua doença se caracteriza por uma Síndrome Gripal, designada por COVID-19 (Coronavirus Disease 2019). Essa nova realidade imposta à população mundial implica na possibilidade de criar estratégias para manter a continuidade do ensino e das relações sociais, visto que não é possível desenvolver o ensino presencial, frente a necessidade de manter o distanciamento social.
O distanciamento trouxe um sinal de alerta para as instituições de ensino, sobre a necessidade da manutenção do ensino-aprendizagem de modo remoto, utilizando dispositivos tecnológicos, a fim de contemplar os impactos negativos deste no espaço universitário. O ensino remoto é uma abordagem conceitual frente a necessidade de continuar as atividades de ensino, mesmo diante da pandemia, utilizando tecnologias para a mediação das aulas teóricas, entre docentes e discentes, por meio de ambientes virtuais de aprendizagem.
Os desafios do ensino remoto não se fazem presentes apenas pela dificuldade de acesso e restrições aos dispositivos tecnológicos, mas também estão atrelados aos fatores motivacionais dos estudantes e professores, na necessidade de contato físico, nas relações limitadas, nas dificuldades de interação entre o docente e o discente, tais fatores implicam no processo de ensino com qualidade.
Este artigo objetiva relatar as estratégias de ensino utilizadas por docentes de cursos de graduação em Enfermagem do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, e os desafios frente ao ensino remoto durante a pandemia pelo novo coronavírus.
