Débito Cardíaco Diminuído: Como Identificar e Classificar o Risco em Pacientes Adultos.
O débito cardíaco diminuído é um conceito essencial na área da saúde, especialmente na enfermagem e na medicina, e está diretamente relacionado à capacidade de bombeamento do coração. Presente em classificações como a NANDA e a CIPE, esse fenômeno pode ser difícil de identificar precocemente devido à semelhança de seus sintomas com os de outras doenças. Essa demora no diagnóstico pode colocar o paciente em grave risco.

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Mas por que os enfermeiros são tão importantes nesse cenário? Simples: são eles que passam mais tempo em contato direto com os pacientes, sendo os primeiros a perceber mudanças clínicas e sinais de deterioração em todos os níveis de atenção à saúde.
Pensando nisso, será que seria possível desenvolver uma ferramenta não invasiva para ajudar na predição do risco de débito cardíaco diminuído em adultos? A resposta é sim! E foi justamente isso que um estudo metodológico recente buscou fazer: criar uma escala de classificação de risco para auxiliar no raciocínio clínico e na assistência de enfermagem.
O estudo foi dividido em três etapas principais:
Revisão de literatura – Para embasar a construção da escala.
Elaboração do instrumento piloto – Seguindo os princípios metodológicos de Pasquali.
Validação por juízes especialistas – Enfermeiros com experiência mínima de dois anos em cardiologia avaliaram a escala com base em clareza, pertinência e abrangência.
Para ser validado, cada item precisava atingir um Índice de Validade de Conteúdo (IVC) ≥ 0,8.
Após a validação, a escala final ficou com nove indicadores clínicos, cada um pontuado de 1 a 3 (sendo 3 o mais grave):
✔ Estado de consciência
✔ Estado respiratório
✔ Tolerância à atividade
✔ Volume hídrico
✔ Estado gástrico
✔ Alteração sensorial de origem cardíaca
✔ Frequência e ritmo cardíaco
✔ Pressão arterial
✔ Perfusão tissular
Risco mínimo: 9 a 12 pontos
Risco intermediário: 13 a 18 pontos
Risco elevado: 19 a 27 pontos
Observação importante: Se o paciente apresentar cansaço aos pequenos esforços (como ao se alimentar) ou dor precordial que não melhora com repouso e medicação, ele deve ser classificado como risco elevado, mesmo que sua pontuação total seja menor que 19.
A escala desenvolvida é uma tecnologia assistencial inovadora que pode direcionar os cuidados de enfermagem e agilizar o raciocínio clínico em pacientes com sinais de débito cardíaco diminuído. Com ela, os profissionais de saúde têm mais recursos para identificar precocemente os riscos e agir rapidamente, melhorando os desfechos clínicos.