27 de abril de 2022 por filipesoares
Imprimir
Analisa a prática e importância atribuída ao envolvimento do paciente na segurança do cuidado durante internação hospitalar, na percepção dos profissionais de saúde.
No cenário hospitalar, a exposição de pacientes a diversos riscos assistenciais é recorrente. Diante disso, na contemporaneidade, a segurança do paciente tem ganhado notoriedade a nível mundial e exigido das instituições de saúde a busca por soluções que reduzam incidentes e aumentem a qualidade do cuidado.
Envolvimento do Paciente na Segurança do Cuidado Hospitalar: Percepção dos Profissionais de Saúde. Foto: Divulgação.
Nessa perspectiva, foi criado o Programa Pacientes para a Segurança dos Pacientes para estimular o envolvimento do paciente, da família e da comunidade em todos os níveis de atenção à saúde, por meio do engajamento e empoderamento desses atores, de forma que atuem como barreira à redução de incidentes.
O envolvimento no cuidado relaciona-se à participação ativa na tomada de decisão sobre questões de saúde, no planejamento, monitoramento e avaliação da assistência. Essa prática associa-se à melhor percepção sobre a qualidade da assistência hospitalar e à redução em 50% da probabilidade de ocorrer um evento adverso. As estratégias mais utilizadas convergem à comunicação efetiva, desenvolvimento da autonomia para o autocuidado, disponibilidade de materiais educativos sobre a doença do paciente e identificação dos riscos assistenciais.
O Canadá tem investido no desenvolvimento de competências profissionais para o cuidado centrado no paciente e na elaboração de indicadores específicos para avaliar essa prática. Oferecer cuidado centrado no paciente e família implica ter capacidade para dar respostas às necessidades de cada núcleo familiar em situação de hospitalização. A centralidade no paciente e família, portanto, exige incorporar valores, afeto e respeito durante o processo de interação, promovendo ambiente favorável para o envolvimento na segurança assistencial.
O Plano de Ação Global para os anos de 2021 a 2030 destaca o envolvimento de pacientes e familiares na segurança da assistência, inclusive no desenvolvimento de políticas. No Brasil, o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) reforça essa necessidade e incentiva a ampliação do acesso a informações sobre segurança assistencial pela população e o Plano de Segurança do Paciente nos serviços de saúde estimula essa participação ativa.
Frequentemente o envolvimento de pacientes e familiares na segurança da assistência depende da proatividade de pacientes e famílias, não sendo estimulado pelos profissionais de saúde. Essa realidade foi refletida em avaliação do programa de melhoria da qualidade e segurança da assistência de instituições de saúde brasileiras, que constatou que 70% delas estão no estágio inicial de envolvimento do paciente e familiar nos processos avaliativos.
A fim de subsidiar a promoção de estratégias que ampliem a incorporação dessa prática na cultura organizacional, o estudo objetivou analisar a prática e importância atribuída ao envolvimento do paciente na segurança do cuidado durante internação hospitalar, na percepção dos profissionais de saúde.
