Enfermeiras de Ligação na Gestão de Altas do Complexo Hospital de Clínicas

24 de setembro de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Apresenta o trabalho desenvolvido pelas enfermeiras de ligação no Serviço de Gestão de Altas do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.


A implementação do Serviço de Gestão de Altas (SGA) do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC/UFPR) é resultado de 10 anos de pesquisas e representa pioneirismo no Brasil. São parceiros deste projeto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Enfermeiras de Ligação na Gestão de Altas do Complexo Hospital de Clínicas

Enfermeiras de Ligação na Gestão de Altas do Complexo Hospital de Clínicas. Foto: Divulgação

A continuidade do cuidado compreendida como assistência de saúde experimentada pelo paciente e prestada ao longo do tempo, é composta por três dimensões: relacional, a partir da inter-relação profissional e usuário; da gestão, representada pelo fornecimento de serviços e assistência contínuos; e informacional, caracterizada pela comunicação por meio do processo de referência e contrarreferência.

Enquanto a referência está bem estruturada por sistemas regulatórios, a contrarreferência tem deixado usuários perdidos na malha assistencial cujos cuidados tornam-se descontinuados. O maior desafio dos serviços de saúde, atualmente é criar mecanismos satisfatórios de comunicação que reduzam o risco de descontinuidade do cuidado, reduzindo as chances de reações adversas após alta hospitalar.

O gerenciamento da alta hospitalar constitui uma ferramenta administrativa, direcionada a promoção de intervenções mais efetivas e planejadas numa perspectiva de integração de pontos de Rede de Atenção à Saúde (RAS). Esta condução fortalece a continuidade do cuidado, como garantia do bem-estar do usuário, promoção do autocuidado, autonomia e acesso aos recursos de saúde disponíveis. Estudo realizado no Noroeste do Paraná apontou a indispensabilidade da dimensão gerencial na pratica profissional, a partir da atuação no planejamento do cuidado, tomada de decisão e comunicação.

Serviço de Gestão de Altas

No modelo de gestão de altas, a enfermeira tem papel de coordenadora do processo e é chamada de “enfermeira de ligação”. Esta atividade surgiu no Canadá nos anos 1960 e está estabelecida em países como Portugal e Espanha, atuam com o objetivo reduzir o tempo de internamento, estabelecer comunicação com o usuário, identificar suas necessidades de saúde, assegurar a continuidade dos cuidados após alta hospitalar e diminuir a desarticulação entres os pontos da rede integrando-os.

Em 2017, estratégia similar foi estabelecida no maior hospital público do estado do Paraná, com uma equipe exclusiva de gestão de altas com competências adaptadas à realidade local, com foco discussão clínica de casos com a equipe multiprofissional, identificação de riscos de descontinuidade do cuidado na alta hospitalar, orientação e encaminhamentos de fluxos da RAS, apoio de suporte ventilatório domiciliar e oficialização da comunicação, por meio de contrarreferência para a atenção primária à saúde.

Considerando o serviço inovador e com potencial multiplicador para outros serviços, o objetivo deste estudo é apresentar o trabalho desenvolvido pelas enfermeiras de ligação no Serviço de Gestão de Altas do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.

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