Efeitos Adversos no Tratamento da Tuberculose

11 de março de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa ocorrências de efeitos adversos relacionados a medicamentos no tratamento de tuberculose e sua associação com variáveis clínicas e desfecho.


A tuberculose (TB) constitui uma doença infecciosa milenar que tem como agente causal o Mycobacterium tuberculosis. Apesar de haver recursos tecnológicos suficientes para tratar e promover seu controle, sua erradicação ainda é um objetivo difícil de ser alcançado. A doença permanece como um dos principais agravos à saúde devido à sua relação com as desigualdades sociais, migração da população, multirresistência aos fármacos, deficiência dos sistemas de saúde e a coinfecção com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).

Efeitos Adversos no Tratamento da Tuberculose.

Efeitos Adversos no Tratamento da Tuberculose. Foto: Divulgação

De acordo com a nova classificação dos países prioritários, realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), considerando o período de 2016 a 2020, o Brasil ocupa a 20a posição entre aqueles que mais apresentam carga de TB e 19o lugar quando relacionado à coinfecção com HIV, colocando a doença como prioridade entre as políticas governamentais da saúde.

Em 2013 o indicador de cura da tuberculose no Brasil foi de 72,5%, com percentual um pouco maior em alguns estados, como São Paulo, que apresentou 82,3%. Em relação ao abandono do tratamento, algumas regiões apresentam um percentual superior aos 5% desejados, como Amazonas (15,9%), Rio Grande do Sul (15,1%) e Rondônia (14%).

No ano de 2010 o país adotou um novo esquema terapêutico contra a tuberculose, composto por quatro fármacos (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol), com dose fixa combinada em um comprimido, durante dois meses (fase intensiva), e nos quatro meses seguintes (fase de manutenção), com dois fármacos (rifampicina e isoniazida).

Isto ocorreu devido à constatação do aumento da resistência primária à isoniazida de 3,5% para 6,0% e também à rifampicina de 0,2% para 1,5%. O propósito foi aumentar a adesão ao tratamento, os índices de cura da doença e reduzir a resistência desenvolvida aos medicamentos8-9. Em casos de cepas multirresistentes são utilizados outros esquemas de tratamento, com a presença de medicamentos de segunda escolha. Os medicamentos de primeira escolha possuem um custo bem mais baixo do que os de segunda escolha e apresentam menor probabilida de de efeitos adversos.

Tratamento de tuberculose

Apesar de o tratamento da tuberculose combater o microrganismo, os medicamentos podem ocasionar efeitos adversos indesejáveis, seja pelo princípio ativo ou pelos seus metabólitos. De acordo com a OMS, os efeitos adversos relacionados a medicamentos compreendem respostas prejudiciais ou indesejáveis, não intencionais, relacionadas a medicamentos em doses utilizadas para profilaxia, diagnóstico, tratamento de doença ou modificação de funções fisiológicas.

O Ministério da Saúde do Brasil classifica os efeitos adversos aos medicamentos antituberculínicos em efeitos menores (5 a 20% dos casos), que não exigem alteração do esquema medicamentoso e, em geral, podem ser atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS); e efeitos maiores (três a oito por cento dos casos), que necessitam suspensão ou modificação do tratamento e demandam atendimento especializado.

Os efeitos adversos relacionados aos medicamentos antituberculínicos podem levar ao aumento dos custos do tratamento, devido ao maior número de visitas do cliente ao serviço de saúde, realização de exames complementares para chegar ao diagnóstico do efeito adverso e até pela necessidade de hospitalização, em situações mais graves. Além disso, estão relacionados a uma maior taxa de abandono do tratamento, o que justifica a realização de estudos sobre o tema.

Ante o exposto, este estudo objetivou analisar ocorrências de efeitos adversos relacionados a medicamentos no tratamento de tuberculose e sua associação com variáveis clínicas e desfecho.

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