Driblando o Estresse para Melhor Qualidade de Vida na Enfermagem

18 de janeiro de 2023 por filipesoaresImprimir Imprimir

Descreve estratégias para controle do estresse psicológico, identificando a relação entre o estresse psicológico e a qualidade de vida na Enfermagem.


Os profissionais de enfermagem lidam com diferentes e complexas condições de trabalho, marcadas por uma carga de serviço extensa e baixa remuneração, em que fatores intrínsecos ao exercício da profissão favorecem o desenvolvimento de estressores diariamente. Dentre eles, podem-se citar os esforços físicos ao longo da jornada de trabalho na mudança de decúbito de pacientes, curativos de grande complexidade, turnos rotativos em que o profissional alterna frequentemente o horário de trabalho, tendo que se adaptar aos plantões diurnos e noturnos.

Driblando o Estresse para Melhor Qualidade de Vida na Enfermagem

Driblando o Estresse para Melhor Qualidade de Vida na Enfermagem. Foto: Divulgação.

Qualidade de vida na Enfermagem

Nesse sentido, o acúmulo de vínculos empregatícios também é um aspecto de grande relevância e que interfere no descanso e no metabolismo corporal, sendo marcado como alguns dos fatores que podem gerar instabilidade e contribuir para o prejuízo na qualidade do sono. Entre outros aspectos, os profissionais de enfermagem mantêm um contato intenso e prolongado com os pacientes, uma vez que prestam cuidados para a prevenção e reabilitação, ofertando ações para o atendimento das necessidades humanas básicas, bem como o suporte contínuo às pessoas que enfrentam dificuldades físicas, emocionais e espirituais.

A manutenção desses aspectos durante um longo período pode resultar em fadiga por compaixão, contribuir significativamente na redução da satisfação com o trabalho e para o aumento dos casos de burnout. O termo burnout é usado para descrever uma resposta à tensão do trabalho, à inabilidade de atingir as metas estipuladas e às atitudes negativas frente ao seu processo de serviço.

Além disso, há uma predominância de faixa etária dentre a categoria, sendo entre 24 e 55 anos. Segundo os autores, os jovens enfermeiros, ao ingressarem no mercado de trabalho, apresentam menor nível de estresse ocupacional quando comparados aos profissionais que estão atuando na profissão há mais tempo. Esses, por sua vez, demonstram um alto nível de exaustão devido a uma longa trajetória de serviço assistencial prestado, tendo em vista que, o ambiente de trabalho é um dos maiores colaboradores para o desenvolvimento de estressores.

Por um lado, sabe-se que a exposição a níveis mínimos de estresse pode ser considerada como benéfica porque requer do profissional atenção, planejamento e organização, contribuindo para sua capacitação e adaptação. No entanto, quando a exposição a altos níveis de estresse torna-se persistente, pode causar efeitos adversos na saúde mental e no bem-estar desses profissionais, resultando em estados psicológicos negativos, tais como tristeza, apreensão, ansiedade, preocupação, raiva, baixa autoestima, culpa, luto, solidão, apatia ou insônia.

Nesse sentido, torna-se imprescindível a construção de iniciativas como o investimento em programas e a adoção de estratégias com o propósito de reduzir os níveis de estresse psicológico nesses profissionais, promovendo seu bem-estar físico e emocional, bem como a redução do índice de rotatividade, considerando as demandas e as condições de trabalho.

Ressalta-se que, quando os profissionais não utilizam estratégias para lidar com o estresse, ou quando as estratégias ofertadas não são suficientes para lidar com as angústias e o desgaste do cuidado ao paciente no contexto de trabalho, provavelmente ocorre impacto negativo nas habilidades interpessoais, de comunicação e de tomadas de decisão, resultando em sintomas de exaustão emocional, tristeza, ansiedade e, eventualmente, até mesmo desejo de morte.

Condições de trabalho

Acredita-se que as condições de trabalho e de vida particular não podem ser observadas separadamente, pois ambas possuem interações multidimensionais que influenciam na saúde e no bem-estar dos trabalhadores. No entanto, a literatura tem dado maior enfoque na avaliação dos efeitos organizacionais e nos fatores relacionados ao trabalho em conjunto com o estresse, havendo pouca informação no que diz respeito às relações entre esses parâmetros e a vida do indivíduo fora do ambiente de trabalho.

A qualidade de vida não só está relacionada ao meio ambiente em que vivemos, onde moramos ou à família que temos, como também está diretamente ligada ao trabalho e às pessoas com quem passamos a maior parte do tempo e nos relacionamos profissionalmente. Nesse sentido, compreende-se que a criação de vínculos com os colegas de trabalho é importante para o desempenho adequado das atividades desenvolvidas e a harmonia entre a equipe. Dessa forma, a integração social criada no ambiente de trabalho também está relacionada ao bem-estar físico, psíquico e emocional, resultando na qualidade de vida dentro da instituição de trabalho.

O presente estudo tem como objetivo descrever estratégias para controle do estresse psicológico, buscando a relação entre o estresse e a qualidade de vida de enfermeiros.

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