Contágio Intradomiciliar e Status Vacinal Entre Comunicantes de Portadores do Vírus da Hepatite B

9 de fevereiro de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Avalia a cobertura da vacina contra hepatite B e a frequência da infecção em comunicantes de portadores do Vírus da Hepatite B vinte anos após a implementação da vacina.


A hepatite B, causada pelo Vírus da Hepatite B (VHB), representa um grave problema de saúde pública mundial, mesmo sendo uma doença imunoprevenível por vacina de alta segurança e imunogenicidade. O VHB tem tropismo por hepatócitos e pode produzir perfil de infecção aguda e/ou crônica em seres humanos, resultando em quadros clínicos variando de hepatite aguda ou fulminante a hepatite crônica, com progressão para fibrose/cirrose hepática e formação de carcinoma hepatoocelular.

Contágio Intradomiciliar e Status Vacinal Entre Comunicantes de Portadores do Vírus da Hepatite B

Contágio Intradomiciliar e Status Vacinal Entre Comunicantes de Portadores do Vírus da Hepatite B. Foto: Divulgação

A infecção por VHB tem ampla distribuição pelo mundo e, segundo características populacionais e epidemiológicas, a prevalência pode variar de acordo com a distribuição geográfica analisada, porém, com prevalências superiores em países
subdesenvolvidos em desenvolvimento.

Portadores de infecção por VHB podem transmitir o vírus a indivíduos suscetíveis, por via sexual ou a partir de contato com sangue contaminado (por via parenteral, percutânea ou transmissão vertical). Neste sentido, objetos que podem produzir escarificação e sangramentos na pele ou em mucosas, quando contaminado com sangue de portadores do VHB e compartilhados, podem representar importantes veículos de transmissão intrafamiliar ou intradomiciliar do agente.

Vírus da Hepatite B

O período de incubação do VHB varia em média de 60 a 90 dias, com as primeiras manifestações de sintomas e sinais clínicos de duas a três semanas após a infecção, período de infecção aguda em que o marcador de replicação viral (HbsAg antígeno de superfície do VHB) pode ser detectável sorologicamente. Indivíduos com infecção aguda ou crônica podem ser fontes de infecção pelo VHB, inclusive por vários anos, no caso de portadores crônicos.

Fatores de risco como hábitos de relações sexuais sem proteção, múltiplos parceiros sexuais, uso indiscriminado de álcool e drogas injetáveis, aplicação de tatuagem e piercings podem aumentar os riscos de infecção por VHB, sobretudo entre adolescentes e adultos jovens, faixas etárias em que algumas destas características psicossociais e comportamentais
podem ser favorecidas.

O tratamento das formas agudas da infecção pelo VHB continua inespecífico, sendo indicado apenas o uso de sintomáticos
e para as formas crônicas do VHB, no Brasil tem-se utilizado o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções.

Prevenção da infecção pelo VHB

Na prevenção da infecção pelo VHB, são usadas a imunização ativa e/ou passiva e quimioprofilaxia antiviral. A vacina
hepatite B é responsável pela imunização ativa, é segura e confere imunidade por longo prazo, em grande número dos
indivíduos saudáveis, tem na sua composição o antígeno de superfície do VHB. A imunização passiva é realizada com o uso
da Imunoglobulina Humana Anti-Hepatite B (IGHAHB) que contém elevados títulos de anticorpos específicos. A IGHAHB
deve ser administrada juntamente com a vacina contra hepatite B em neonatos e indivíduos expostos a situações de risco,
tem a finalidade de prevenir a transmissão vertical e realizar a profilaxia pós-exposição. Nos portadores do VHB se utiliza
com a finalidade de evitar a reinfecção ao serem submetidos a transplante de fígado.

Dentro do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), consolidado pela Portaria Nº 4, de 28 de setembro de 2017 e alterado pela Portaria Nº 264, de 17 de fevereiro de 2020, ambas do Ministério da Saúde, as hepatites virais estão incluídas na lista nacional de doenças, agravos e eventos saúde pública de notificação compulsória, com periodicidade de notificação semanal ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Neste sentido, o estudo teve como objetivo avaliar a cobertura da vacina contra hepatite B e a frequência da infecção
em comunicantes de portadores do Vírus da Hepatite B vinte anos após a implementação da vacina na cidade de Belém, Pará, Brasil.

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